Paranoia no amor - Crônicas curtas -
Uma e meia, uma e meia. Ela já devia ter chego. Eu ainda disse meia noite e meia, nem mais, nem menos. Bom, algo deve ter acontecido, tem que ter acontecido. Ela tem o meu celular, caso fosse algo mais sério ligaria. Acidente, morte, sei lá! Toca telefone, toca.
Roupa, é isso ai, só pode estar escolhendo roupa, ela demora muito para escolher. Mas eu comprei hoje a tarde o vestido que ela tanto queria. O carro deve ter pifado e está vindo de ônibus. Mas o telefone tocaria. Uma tremenda dor de estômago, só pode ser isso, depois de ontem aquela feijoada na casa do Humberto... Ei, espera ai. Eu bem que notei ela e o Humberto conversando muito. Era risadinha aqui, olhares ali. E o filha da mãe ainda comentou: - Nossa Rubens, sua mulher está estonteante hoje, divina!
Eu não acredito. Ela me paga, essa vai ter troco. Numa hora dessas devem estar numa cama redonda de um motel cinco estrelas rindo da minha cara, tomando vinho e brindando: - Ao Rubens e toda sua ingenuidade. Maldita festa, maldita feijoada, malditas mulheres!!! E eu aqui feito palhaço nesse restaurante. Ahhh se eu te pego Humberto!!! Tocou o telefone:
- Amor descul...
- Porra Ana, logo com o Humberto!!
- ?????