COPA DO MUNDO 2010 - PAIXÃO - ERROS E ACERTOS.
Quase todos nós brasileiros ficamos defronte aos nossos televisores à espera da conquista do hexa campeonato nesta última copa do mundo de futebol. As ruas, roupas, carros e casas todas enfeitadas com o verde amarelo numa febre entusiasta, moviam as pessoas em torno da competição que se realizava na África do Sul.
A expectativa da conquista foi amadurecendo pouco a pouco, visto que qualquer um dos 180.000.000 de técnicos de futebol de plantão nessa época, quase que unanimemente não concordavam com as escolhas feitas pelo nosso bravo técnico Dunga na seleção dos atletas a nos representar.
A carranquice e a carrança do todo poderoso comandante que formou um regime de quartel, enclausurando nossos jogadores, logo estabeleceu a dificuldade de relacionamento com a mídia que cumpria seu papel de relatar e nos incentivar a acreditar naquele espetáculo que encanta a todos nós brasileiros.
A paixão de toda ordem sempre foi a alavanca que move o mundo, todos os dias somos movidos por algo que nos impulsiona a seguir em frente. Crentes das nossas certezas formamos nossa personalidade e, por essas crenças escolhemos os caminhos que nos levam ao sucesso que optamos, e ainda mais quando essas alternativas são reforçadas por experiências que demonstram resultados positivos em que a sociedade é levada a acreditar como sendo assim fato incontestável.
As escolhas feitas quando por impulso, invariavelmente leva-nos a escolhos que quase sempre nos faz permanecer presos em obstáculos que criamos pela produção dos nossos paradigmas e/ou medo de mudar. Quebrar a forma de ser e de pensar de qualquer cidadão requer muitas vezes, traumas ou entusiasmos intempestivos que acabam por nos sabotar aquilo que antes para nós era uma verdade insofismável.
A idéia de que somos o país do futebol e, que aqui se joga o futebol arte não é uma crença fortuita, até porque em qualquer espaço de um terreno de várzea do país encontramos os nossos embriões de craques que desfilam por várias vielas, subúrbios, alimentados às vezes até por pequenas bolas feitas de sobras de lixão.
Os critérios utilizados e as preferências adotadas pela direção técnica da nossa seleção, somado ainda aos números de conquistas efêmeras antes do início da competição maior, resultaram naquilo que a maioria de todos nós não queria, todavia, em torno da insatisfação generalizada que nos abateu, fica para nós amantes do futebol jogado com beleza e mestria, a satisfação de perceber o benefício que tal derrota pode representar para o futuro dos nossos próximos elencos.
Não basta somente jogar por jogar, vencer por vencer. Garra e determinação são ingredientes básicos, porém a valorização do talento, da ginga e de todas as qualidades que estamos acostumados, nos credenciaram a sermos exportadores de craques para o mundo todo, e isso é imprescindível.
Os deuses do futebol jamais poderiam permitir que fôssemos hexas dessa maneira.
Por ora, nas mudanças que se fazem urgentes, crucificar a ou b, apontar erros repetidos é tão somente cair em um lugar comum, necessário acima de tudo é buscar a coragem de se perceber integral, nossa identidade, resgatando forças para seguir, rejuvenecendo-nos e atentos às nossas bases elementares.
Que viva a nossa vontade de ser feliz, acreditando sempre!!!
Que viva a nossa Paixão!!!
PEDRO FERREIRA SANTOS(PETRUS)
05/07/10