MORRO GEMEDOR

Um morro é um acidente geográfico constituído por uma pequena elevação com declive suave. Herivelto Martins disse que quem mora lá no morro vive pertinho do céu. A Maria que morava no morro também foi inspiração para uma marchinha de carnaval mostrando a fibra dessa mulher que com uma lata na cabeça e com uma criança subia o morro todo dia. Já o Cauby preferia a Conceição no morro a sonhar com coisas que o morro não tem.

O Rio de Janeiro é um estado com muitos morros, entre eles citamos: O Morro da Urca, Morro Cara de Cão, Morro do Alemão, Morro do Macaco, Morro Dona Marta. Na Bahia temos o Morro do Chapéu, no Rio Grande do Sul o Morro de Botucarai, no Rio Grande Norte destacamos o Morro do Careca e no estado do Piauí o Morro Gemedor que tem uma história , uma lenda.

O Morro Gemedor fica na cidade de Parnaíba na Praia da Pedra do Sal. Próximo a esta linda praia, mas precisamente na Ilha Grande de Santa Izabel, morava a índia de nome Intã da tribo Tremembés descendente de Mandu Ladino. Intã era uma índia alegre, amante da natureza, gostava do mar e de caminhar na areia da praia. Certo dia deparou-se com um náufrago desmaiado. Um homem branco de cabelos loiros que deixou a índia encantada e tremendamente apaixonada. Intã escondeu – o numa cabana distante abandonada e deu-lhe o nome de Ará, seu príncipe. Quando o homem branco se recuperou ficaram ali as escondidos dias e noites se amando, envolvidos apaixonadamente, a ponto de não perceberem a invasão das dunas. A cabana do amor ficou totalmente soterrada, desaparecendo por completo e em seu lugar surgiu o Morro Gemedor. Recebeu esse nome porque quem o escala escuta a cada passo os gemidos dos amantes que parecem ainda estarem na volúpia do amor.

Quem duvidar venha conferir os gemidos de Intã e Ará, subindo o Morro Gemedor, eles ainda que soterrados continuam se amando noite e dia, dia e noite, como se o tempo não passasse, como se a vida nunca acabasse para quem se entrega ao amor, a paixão e ao prazer.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 02/07/2010
Reeditado em 29/04/2020
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