Órfãos da geração Rock

Sem saudosismo, mas o que está acontecendo com as músicas de nosso século?
Rebolations, emos, coloridos, sertanejos universitários e o detestável funk, com sua batida repetitiva, destrutiva e infernal.
Cadê as letras com conteúdo, criatividade, questionadoras e que nos fazem parar e refletir sobre o mundo e as pessoas?
São só frutas (lindas e poderosas) enquanto novas, mas e depois que ficarem maduras, virarão o que sem os silicones, lipos, botox?
Meras fotos recortadas e coladas no photoshop.
Para os órfãos da geração Rock o que sobrou?
Temas triviais e banais como namoricos, pegadas, baladas (reboladas),
que nem de longe das décadas de 60,70,80 e 90 não conseguem lembrar a magia do som vibrante, contagiante e inteligente, que mostrava rebeldia, irreverência e neurônios pensantes sem precisar de tanta exposição corporal.
O QUE IMPORTAVA NÃO ERA O VISUAL E SIM QUALIDADE MUSICAL!
Observe os padrões musicais atuais, valem-se da estética.
"A bonitinha", normalmente saradinha, magrinha, gostosinha, siliconada, cabelo lisinho ou alisado com chapinha...
Bem e as músicas dela, que mensagens passam?
"Ah, você é meu gatão, meu garanhão, vem me pegar meu gostosão".
"O gostosão", forte, saradão, malhado, e mais parece um armário devido a sua largura de seus músculos.
E no cérebro o que sobrou?
Uma cápsula de anabolizante?
Suas músicas são sobre o que mesmo?
O que esse estereótipo tem a acrescentar, para quem cresceu ouvindo
Beatles, Iron Maiden, Queen, Metallica, Scorpions e bandas e cantores nacionais de primeira linha como Legião Urbana, Capital Inicial,
Cazuza, Plebe Rude, Titãs, RPM?
Bem, os rebeldes cabeludos envelheceram e talvez muitos deles, já estejam até sem os cabelos, hehehe, porém, nem por isso perderam seu charme e encanto, e agora vivem de encontro em poucos espaços
onde podem se reunir, sem se importarem de serem chamados de
"tiozões" ou ´"véios".
Teimosa que sou, ainda tenho esperança, que alguma coisa possa ser alterada, nesse cenário decadente, massificante, controlado por "carinhas bonitas" ou glúteos balançando e repetindo zilhões de vezes, palavras sem sentido ou de baixo escalão, e que ferem os ouvidos de quem tem na mente coisas mais importantes e elevadas para pensar.
Aos órfãos da geração Rock, deixamos bons e maus exemplos, mas sim, ficaram pelo menos heranças!
A esses novos seres que no fundo buscam respostas, e algum dia irão resgatar a capacidade de raciocínio, e vontade de fazer a diferença e algo mudar!


Kunti



 
Kunti
Enviado por Kunti em 02/07/2010
Reeditado em 23/05/2020
Código do texto: T2354342
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