Uma jovem senhora
Cerzia o tempo com pontinhos minúsculos de paciência e sabedoria e suas almofadas humildes de linho surrado.
Cozinhava com a hora da fome -às seis - pratinho e talher a mesa e a água não podia faltar, por vezes esquecia a jarra, mas o copinho d'agua benta junto ao radinho, jamais.
Essa rotina de uma jovem e bela senhora durou anos a fio sem nunca ao menos reclamar isso aqui de nadinha.
Ensinara seus quatro rebentos o b-a-ba... na ponta dos dedinhos ensinou-os a contar... a rezar pelo papai-do-céu e ao anjinho de cada filho seu. Era a perfeição de mulher, sua pele parecia a da Branca de Neve de tão branca e macia exalava um perfume ...e não há perfumista que tenha extraído cheiro semelhante ao daquela senhora especial e elegante, cheia de detalhes inesquecíveis na vida de quem ela passou.
Essa mulher cujo perfume não existe e que eu tenho em meus póros em minhas veias e meu útero eu chamo de MÃE - em frasco pequenino de mulher com cheiro de mãe!
Obrigada mãe!