Liberdade

Um dia vi uma pomba braca voar, era linda, as suas asas, cobertas por plumas brancas e imaculadas cortavam os céus com uma força estrondosa, mas suave. Nada parecia perturbar a sua liberdade, o seu brilho, o seu olhar.

Passei a acordar mais cedo uma hora todos os dias, sem excepção, para ir observar o bater de asas matinal daquela pequena ave, que sobrevoava o bosque livremente. Depois do trabalho voltava ao bosque para ver a pomba aninhar-se numa arvore.

Aquela rotina libertava-me de todas as minhas frustrações e emoções menos boas provenientes do meu emprego.

O dia era longo, saía do escritório, de pasta na mão e dirigia-me ao meu carro, no piso subterraneo do edificio, onde existia um parque para automoveis. Entrava no caro e dirigia-me para a periferia de Lisboa. Ia até uma igreja lá no alto, e sentava-me no banco de jardim a desfrutar da vista, então lá via a pomba voar, solta, sem nada a prender-lhe os movimentos, parecia que tinha nascido simplesmente para voar e passear-se com a sua beleza, invejando quem quer que a visse devido ao seu explendor.

Certo dia, um caçador, com as suas incriveis razões, que são tanto como nada, cravou um punhado de chumbos no peito da pobre pomba branca. Ao ver aquilo cori para o carro e por incrivel que pareça, chorei.

Durante todo o tempo em que segui a rotina de visitar a pequena ave, vivi com a sua liberdade, pois, sem aquela pequena amiga nada neste mundo me parecia livre. Agora, toda a prisão voltou.

Humanos, Humanos, liberdade à parte...

Gilinho
Enviado por Gilinho em 01/07/2010
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