Insista, por favor.

Falta um pouco de coragem, mas eu só sei insistir. Até parece que estou com uns 30 anos a mais. Acontece que a vida não escolhe idade e nem tempo certo para nos surpreender. Mais uma vez, eu só sei insistir.

Já escutei tal expressão no filme do Cazuza, quando o mesmo já está em uma fase bem ruim de sua doença. Aí, eu paro pra pensar: O quanto nós realmente insistimos? Será que tentamos o suficiente antes de desistir ou abrimos mão das coisas e das pessoas só pelo medo de sofrer? Não sei, mas agora eu vou insistir até não poder mais. Já notaram que estou repetindo tantas vezes a palavra insistir e afins, não é? Não se preocupem, é intencional. MUITO.

Os dias estão passando de forma mais lenta, mais uma vez. Tenho a impressão de que estou vivendo cada segundo, até os mais aterrorizantes. Sabe quando você parece conseguir sentir cada parte do seu corpo pulsando e por algum momento isso dá muita agonia? Pois é. Isso é viver cada segundo intensamente. Não que seja ruim. Sentir cada parte do corpo bem vivo é o ponto alto da vida. É ser vida.

Tomar café, sentar na varanda e ver o tempo passar é uma forma de não ir a loucura nessas horas. Escrever, escrever, escrever. É bom sentir as palavras surgindo quase do nada, de novo. É bom ter a sensação de entrar em transe, de novo.

Voltando ao insistir, por favor. Por que desistimos tão rápido das coisas? Será que estamos tão acomodados com o que exige pouco que esforço que nos contentamos com migalhas? Pode ser. Do jeito que as coisas andam, às vezes penso que até eu estou nesse meio. Triste, não é? Mas vamos insistir, por favor. Vamos bater um pouco na mesma tecla só pra ver no que vai dar. Vamos dar a cara a tapa de uma vez por todas. Apanhar a prestação já deu o que tinha pra dar.

Posso até morrer, mas vou insistir. Eu só sei insistir.