As injustiças que cometem contra mim
Certa feita fui convidado para jantar na casa de minha namorada. Perfeito! Oba! Bom demais. Até porque ela é carinhosa, dengosa, amável, atenciosa, cuida de mim feito um homem do bem. (Será que um dia me torno um homem de bem?) Não sou do mal, já é um começo.
Mas no jantar não era só eu. Haviam mais alguns convidados. A proposta era jantar e logo em seguida assistir a um filme, no conforto da sala. E bota confartável nisso.
Muito bem: O jantar foi servido, delicioso, por sinal. Regado com duas latinhas de cerveja, é claro, e muita conversa animada, tudo às mil maravilhas, amigos descontraídos e bons papos fluindo.
Pouco depois, todos acomodados, poltronas confortáveis, começa o filme. Muito bom, por sinal. Não vou falar o nome do filme, para não fazer propaganda. Não me pagam nada por isso. Por falar nisso, já notaram o quanto se pagam para fazer comercial de marcas famosas? Refrigerantes, jeans, petróleo, carro de corrida, aparelhos eletrônicos, telefonia, automóveis, etc. Todos vendem grifes a preço de ouro e todo mundo paga caro para usar.
Fico pensando: Porque eu não tenho de receber para usa um boné com uma marca de refrigerante? Porque eu tenho de pagar caro, por uma camiseta “original”, com a marca de uma escuderia de fórmula 1? Olha a inversão de valores: Eu estou usando, estou difundindo a marca e tenho de pagar por isso. Ufa! Me desculpem, mas não me entra na cabeça. Quem desejar me ver ostentando um boné com a marca de uma moto importada, vai ter de me pagar por isso. Sou um veículo de difusão da marca e tenho de receber por isso, estou prestando um serviço de alta relevância.
Em vez de eu ser orgulhoso de estar usando a marca, ela deveria estar orgulhosa de mim, por eu estar divulgando-a. Simples assim. Ou eles divulgam através de meu uso, ou recorrem aos milhões cobrados pelas mídias profissionais veiculadas nas TVs, rádios, jornais e revista. Não quero milhões para divulgar, pois meu poder de propagação é ínfimo, mas proporcionalmente quero sim, receber para fazer a propaganda.
Quem ler este pode me achar doido, mas até a logomarca pregada na traseira de meu carro eu arranquei. Poxa! Eu paguei uma nota por aquele veículo e ainda tenho de duvulgatr a marca do fabricante e da revenda, onde quer que eu vá? Não é favor, eu paguei por ele o preço cobrado. Ta certo que é um carro bom, confortável, provavelmente vou repetir quando puder trocar por um mais novo, mas para por aí. Doar comercial eu não vou. Me recuso.
Voltando ao assunto: Agora começa a parte injusta comigo: Pouco depois de começar o filme, Me acusaram de ter dormido e estar roncando. Pura intriga da oposição. Eu nem dormi. Além do mais, a namorada me cutucava a costela toda hora. Dizia que era para eu acordar e parar de roncar. Mas eu estava atento ao filme, emocionado, chorando em bicas. Todos pensaram que estava dormindo. E se tivesse dormido, eu não teria roncado. Eu não ronco. Nunca ronquei. Jamais. J-A-M-A-I-S. E tenho argumentos convincentes para afirmar isso: eu nunca vi ou ouvi o meu ronco. Nunca gravaram. Logo não podem provar. Se não podem provar, é controvérsio, e então me recuso a aceitar. Fico com o meu argumento. Eu não ronco! Nunca!
Mas, o pior de tudo, é que até minha mãe já cometeu essa injustiça comigo. Insiste em dizer que eu ronquei. Putz... Todo mundo contra eu? Assim não vale. É namorada, mãe, pai, filhos, sobrinhos, amigos,carcereiros... Tudo mundo contra a minha pessoa. E eu humildemente, santamente no silêncio de meu tranqüilo sono. (não na hora de ver filme, mas quando deitado para dormir). Carceceiro? mas eu nunca fui preso!
Fico pensando: O que fazer para calar todo mundo? Parar de roncar?(Ops, eu não ronco dormindo. Nem acordado).