O que vem a ser o ciúme, afinal?

Hoje li da Marina Alves, nossa colega, a crônica excelente “Que seja infinito enquanto dure”. Mostra uma realidade.

Uma boa definição de ciúme seria ”puro egoísmo”. Gente ciumenta não pode dividir nada. Tenho uma amiga que empresta livro e fica brava se volta com uma “orelha” em uma de suas páginas Ciúme de objetos! Pode? Outra amiga empresta sapato para um traje mais formal e na volta vai olhar em baixo para ver se está sujo. Teoricamente seria admirável se não estivesse. As que emprestam DVDs, então, é um festival de reclamações. Não deveriam emprestar.

Tudo sem falar nos namorados. Esses não deveriam ser apresentados nem por decreto. Vocês já se puseram a conversar com alguém que acabaram de conhecer e notam como tem afinidade com a pessoa, e ela com você, sem sequer estar pensando em grandes amores? Os mesmos tempos de escola, as mesmas pessoas conhecidas, os mesmos interesses? Na conversa há uma sintonia do que definiríamos como de bons amigos? Tudo bem se a namorada, embora sua amiga, rói as unhas de ciúme. Tragédia à vista! Quem tem uma amiga assim já nem conversa com o dito cujo e se o fizer é no máximo para falar da temperatura.

Perto de uma pessoa sabidamente ciumenta as pessoas agem sem estar à vontade e pensam em cada sílaba das palavras que falam e nem por isso estarão livres de serem agredidas com o mau pensamento da pessoa ciumenta que está ao lado.

Na crônica da Marina aparece o ciúme mais comum que é das antigas namoradas ou pretendentes. Se não quer um homem assim, que tal mandar fabricar um especial para você totalmente novo. Ou um que não tenha como olhar para os lados, para as jovens que passam.

Quando eu era recém casada vi um homem bonito de dorso nu, encostado num muro. Eu olhei, sim, era bonito de se ver. Meu marido perguntou: -“Gostou?” – “Sim, gostei”. E pela vida a fora ele olhava para moças bonitas e depois olhava para mim, rindo. Beleza é para ser vista e admirada e não há crime nisso. Respeito quem pense diferente.

"De todas as enfermidades que acometem o espírito, o ciúme é aquela a qual tudo serve de alimento e nada serve de remédio." (Michel de Montaigne).

Ana Toledo
Enviado por Ana Toledo em 30/06/2010
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