Futebol Computadorizado
Por favor, só faltava essa. Agora querem futebol com chip. Querem burocratizá-lo, engessá-lo, acabá-lo. Entendam, pois, que futebol é mais que um simples esporte. Futebol é um jogo, sujeito a erros, acertos e desacertos. Aí está suas nuances e seus anseios. Seu diferencial, suas paixões. Futebol é humano, é carnal. O futebol não pode ser jogado com e por máquinas, deve ser praticado por homens que pensam e correm e erram.
Ele regrediu, nosso futebol, o transformamos em um gigante brutamonte. Joga-se agora por encontrões. Com poucos craques e baixa técnica virou um ringue computadorizado, da mais alta tecnologia, um vale tudo. É árbitros com microfones estilo Mickel Jacson de cabelos lambidos pelo gel importado, jogadores milionários com suas chuteiras caríssimas e seus corpos de ratos de academias e suas munhequeiras, - sim, isso mesmo, munhequeiras - telões e televisões por todos os lados, bolas criadas por cientistas, mulheres bonitas,. Enfim, um desacerto.
O futebol é simples, e como diziam os mais velhos, só é preciso jogar o jogo. Querem o milimétrico, a exatidão, os centímetros. Isso não existe no futebol.
Era mais belo, sim, quando a simplicidade prevalecia. Um jogo jogado por bolas costuradas à mão, calções curtos, bigodes, paixão à camiseta, sem mídias e vaidades.
Jogava-se por amor, e isso sim era belo e honesto.