Combustível

Sou movido a café, sabe aquele cara que você encontra no mercado olhando todas as marcas da prateleira, que sempre para ao lado da máquina de café, servido fresquinho, queimando os dedos naqueles finíssimos copinhos, pois é, sou eu.

Aquela pessoa, que em qualquer casa, na hora sagrada (não, não é da comida é a hora depois dela) você encontrará na cozinha ou na sala, tomando um delicioso cafezinho. Que as mães dos amigos dizem, já que hoje você está bonzinho, vou te passar um café fresquinho.

Café com pão, com leite, com bolo, esses dois bem quentes, café sozinho, na rua, em casa, acompanhado e no vizinho contando histórias pros seus filhos.

Agora à pouco o café acabou, minha mãe saiu apressada para um compromisso e pensei vou fazer só um pouquinho, olhei pra cafeteira mas deixei pra lá (conselho nunca compre uma cafeteira grande, você se arrependerá) , fervi no bule mesmo e ao coar, o cheiro de café fresco tomou conta do ar.

Tudo certo e preparado, hora de provar o resultado, cheiro delicioso, gosto saboroso, bem forte e encorpado, bem parecido com o café que a Rê prepara quando eu volto do mercado.

Ouço a porta da sala, saio do transe e lembro de rapidamente guardar o que sobrou, mas ao pegar a garrafa, minha mãe surpresa me olhava, bem que achei pesada. Ela fez café e não me avisou!

E por falar nela, minha mãe sempre dizia que se eu tomasse muito café ia ficar da cor dele e eu ria alto dizendo, mamãe você diz cada coisa.

Humm, agora parando para pensar bem, será por isso que em casa eu sou o mais escurinho?!?!