No vaivém do Amor!

Como nos acostumar com as peças que nossos corações nos pregam?

E fácil dizer que o Amor nos traz uma imensa felicidade. Difícil e vive-lo de forma tão positiva.

Mas afinal de contas o que é o Amor? Qual sua composição?

Sabemos que é um sentimento extremamente nobre. Mas, e os pesares que nos traz? Será que realmente é Amor?

Ouvi uma frase de um grande artista, visto com um gênio por uns e altamente depressivo por outros, Renato Russo. Em um de seus últimos shows, transformado em minha opinião em um de seus melhores álbuns, ele pergunta á platéia, quem já sofreu por Amor. E respondendo à afirmação positiva dos seus ouvintes, fala: “Se o Amor é verdadeiro, não existe sofrimento”. Será que realmente é assim?

Sabemos perfeitamente, que o ser humano tende a levar as situações sempre para o lado mais difícil. Vivemos tão cegamente em busca do Amor verdadeiro, da mulher ou homem perfeito, do sentimento puro, que cobramos demasiadamente, do companheiro e de nós mesmos.

O Amor tem que ser sentindo em sua plenitude. Independente do tempo ou lugar.

Aprendamos a fazer das dificuldades, superações. Por exemplo:

Se a distância é grande, ótimo, façam de cada encontro uma festa.

Se forem amigos, conhecem perfeitamente um ao outro. Já sabem o que fazer ou não, para agradar o companheiro. E se a amizade é a melhor opção, deixe que o tempo se encarregue de dizer.

Acha que o pretendente não se enquadra em suas expectativas? E daí? Não se atraiu por essa pessoa? Algo de bom ela tem. Será que não vale à pena arriscar?

Mas pensando bem, será que é Amor? Eu não sei e provavelmente, você levará um tempo até ter certeza.

Mas a vida não e para ser vivida? Se perder meu tempo pensando no que pode ou não ocorrer, se eu tomarei ou não a decisão certa, simplesmente não haverá decisão a tomar. Só uma vida chata, com um script definido, no qual sairemos sem nenhum tipo de aprendizagem. A vida é uma questão de escolhas. Conhecem a história da pessoa que não aprende a andar de bicicleta, por medo das possíveis quedas? Não façamos de nossas vidas a repetição dessa história, não vivendo os amores por acharmos que não somos bons o bastante, por achar que não nos merecem, por estarmos ocupados demais, ou por existir outros “porquês”. Dúvidas, queixas, falta de entendimento, falta de tempo, são situações que sempre teremos e não empecilhos para os relacionamentos.

Não temos todo o tempo do mundo e na maioria das vezes as pessoas se cansam. Não podemos esperar que os outros sejam exatamente como nós, que amem da mesma forma. Amor é uma questão de pele, cada um sente de uma forma, e se estivermos ocupados demais, tentando nos ver nos outros não enxergaremos isso. Temos que olhar mais para os outros. Deixemos esse orifício chamado umbigo, um pouco de lado. Tenho certeza que ao fazermos isso, perceberemos que somos importantes, bons o bastante e às vezes até necessários na vida de alguém. E não é isso que importa? Compartilhar nosso tempo, nossos sonhos, nossa cama, nossas vidas. Isso também não é Amor? Então pronto.

Que em nossas escolhas, sempre possamos dar preferência a Vida. A vida só, a vida a dois, ou á três, afinal de contas, preferências não se discutem. Mas vivam, vivamos. E o amanhã com certeza nos parecerá menos puxado, menos sofrido e quem sabe até bem mais feliz. Mas felicidade e outra coisa, que provavelmente, discutiremos mais tarde.