ELE A CHAMAVA DE MEU BEM
De: Ysolda Cabral
Entre muitas coisas esquisitas que há em mim, existe uma que me intriga: o fato de trocar os nomes das pessoas. Por exemplo: conheço uma moça que se chama Ana, entretanto, só a chamo de Márcia. E o que é pior; ela atende. Não se incomoda, cai na risada e eu fico com cara de tacho me policiando para não confundir seu nome, mas não tem jeito. Para mim ela é Márcia e tem cara de Márcia.
Não é sempre que isso ocorre, mas ocorre e desde que eu era bem menina. Certa ocasião escutei mamãe falar que iria chamar o Sr. Davino (pedreiro) para fazer uma churrasqueira no quintal de nossa casa. E, para lhe agradar, mais que depressa, fui chamar o Sr. Otaviano (sapateiro). O coitado mais que depressa correu para atender o chamado de mamãe, pois eu havia lhe dito que era muito urgente. Chegou lá em casa esbaforido e curioso para saber o quê mamãe queria com ele. Ela logo entendeu tudo, lhe pediu desculpas e me deu uma bronca danada.
Mas que culpa tinha eu de achar o Seu Otaviano com cara de Seu Davino e o Seu Davino com cara de Seu Otaviano?!! - Mãe tem cada uma!!
Conversando outro dia sobre este “fenômeno” com minha amiga Carolina, finalmente fiquei sabendo a razão dela ter se separado do marido...
Ele havia lhe trazido um medicamento, cujo receituário estava no nome de Luiza. E ainda me confidenciou que, só então compreendeu a razão dele ter lhe chamado a vida inteira de “meu bem”.
Vai ver que ele tem o mesmo problema que eu... Hahahahahaha