Pai nosso...

“A casa dos pais sempre será a dos filhos, a deles nem sempre”

A ele devia a vida.

Bêbado. Caído na porta do bar, feito lixo, lá estava. A ela só restava resgatar, tirá-lo da sarjeta, aonde fora jogado.

Tantas foram às vezes, que os amparou, levantou, socorreu, sem nunca cobrar ou queixar-se de nada.

Não perceberam o que estava acontecendo com ele, desde que a esposa, sua mãe partiu, estavam tão acostumados a serem auxiliados, que não notaram quando nem o quanto, deles precisou.

Agora, sentada no chão, com a sua cabeça no colo, acariciando carinhosamente seus cabelos, beijando suas tão enrugadas faces, lembrava de que, quando criança adorava passar seu rosto no dele, sentindo a barba a lhe fazer cócegas.

Seu pai, seu único pai.

Fez uma prece, agradecendo por poder cuidar dele, a que ensinou e tantas vezes juntos rezaram:-

“Pai nosso que estás no céu.

Santificado seja o Vosso Nome

Venha a nós o Vosso Reino..."

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 28/06/2010
Reeditado em 24/04/2011
Código do texto: T2346711
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.