Carta de Demissão aos Namorados

Após certo tempo de serviços prestados venho lhe dispensar da função. Sei que para você deve ser uma surpresa. Mas esclareço que, apesar das diversas conquistas realizadas, faltou tempo, atenção ou interesse em ver as coisas que deixaram de ser feitas.

Você realmente está longe de ser um dos piores. Mas tão pouco chega entre os melhores. Talvez por isso, merecesse ficar. Contudo, a política da empresa define que superação, interesse, comprometimento e lealdade sejam requisitos básicos dos integrantes da equipe.

Reconheço que a empresa não é a melhor do mercado. Porém, neste tempo de parceria, ela lhe ofereceu todo o seu melhor. Buscou oferecer suas ferramentas, habilidades, estabilidade e segurança.

Enquanto você fazia investimentos externos. Chegava sempre atrasado. Quando era pontual, sua presença física contradizia a fuga de seus pensamentos. Cobrava sempre por seus direitos. E sempre faltava com suas obrigações.

Reivindicava por atenção, melhorias, investimentos, dinheiro… Criticava a gestão, apontava os erros e nunca se lembrava de ressaltar as promoções oferecidas, as regalias diárias que só o emprego lhe trouxe.

Com certeza, há diversos empregos com ofertas salariais melhores. Mas dificilmente encontrará um que paga tão bem a alguém que tão pouco lhe ofereceu. E espero que em suas próximas investidas, lembre-se se investir de verdade.

Esqueça trabalhos antigos e futuros. Para que, desta vez dê certo, olhe para o que precisa ser feito. Antes de reclamar da empresa, avalie sua postura como empregado. E antes de dizer que está ruim, veja se você é bom.

Desta vez, vista a camisa. Tire a fantasia que gosta de vestir, para que as pessoas pensem que é um excelente profissional e seja este excelente funcionário. Pois suas conquistas são frutos de seus atos. E a falta dos mesmos pode fazer você pular de emprego em emprego. Além de nunca construir uma carreira sólida, jamais irá descobrir quem realmente você poderia ter sido ou o que poderia ter construído!

Fernanda Scavacini
Enviado por Fernanda Scavacini em 28/06/2010
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