A CORDINHA
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— Sajida, não é preciso ficar segurando a cordinha; deixe-a solta. Entendeu?
— Entendi.
— No momento certo é só puxá-la.
— Entendi.
— Então, podemos ir.
Sajida Mubara e seu marido Ali Hussein deram os últimos retoques em suas roupas e adentraram o hotel Radisson, um dos mais elegantes de Amã, a capital da Jordânia. No salão de festas do hotel, separaram-se. Havia uma festa de casamento. Sajida foi para um lado e seu marido para outro.
Enquanto caminhava, lentamente entre os convidados, Sadija repetia em pensamento: "A cordinha... é só puxar a cordinha... é só puxar...". De repente, uma tremenda explosão irrompeu num dos lados do salão. O marido de Sajida havia puxado a cordinha e a bomba atada em sua cintura explodira junto com ele. Hussein-bomba já era, o atentado estava consumado!
Pessoas fogem correndo e gritando do local, a confusão é total. No meio das pessoas que fogem, apavoradas, quem se vê correndo entre elas? Sadija, a esposa que havia entendido "tudinho" sobre a tal cordinha; porém, acho eu, ela não entendeu bem o espírito da coisa, ou não quis entender.
Sajida foi presa com o poderoso explosivo, amarrado a cintura, por baixo de sua roupa, intacto. Na entrevista que deu a TV jordaniana, disse: “Meu marido se explodiu. Ele me ensinou como lidar com a cordinha para detonar o cinturão, mas talvez eu tenha feito algo errado (será, mesmo?) e a bomba não explodiu. Paciência. Todo mundo fugiu, e eu saí correndo também”; ou seja, salve-se quem puder! ®Sérgio.
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Nota Sobre o Texto: Essa história foi baseada em uma notícia da TV, que memorizei.
Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, qualquer comentário.
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