QUEM MUITO FALA...UM DIA ENGOLE SAPOS.....

Agora a pouco, estava lendo uma matéria, que tratava da frustação que acomete determinadas mulheres, que nao conseguem ser mães.

A autora do texto, discorria sobre a indelicadeza das pessoas de uma maneira quase geral, em tocar na ferida da mulher que não consegue gerar um bebê.

Fazendo perguntas inconvenientes, ou brincadeiras sem graça, ou ainda dando sugestões como a adoção, sendo que isso so cabe ao casal decidir.

Pois, dizia a autora do texto, é necessário que primeiro o casal se disvincule da dor de não ver nascer um filho, com seus traços fisionomicos.

Me lembrei de um caso em minha família.

Quando eu era menina e depois já mocinha, cansei de ouvir um parente, dizer que se a mulher dele não pudesse ter filhos, ela seria igual a parreira de uva que não da fruto, e que precisaria ser cortada e substituida.

Eu ficava boquiaberta com aquela fala, e incomodada com a ausência de resposta de sua esposa a ele.

Talvez por ela não se sentir em perigo, já que lhe havia dado três lindos filhos.

Ou por ser uma época que os homens falavam o que bem entendiam sem serem contestados.

O tempo passou, dois dos seus três filhos se casaram, primeiro o filho, depois a filha.

E os netos não chegavam, médicos foram consultados, e o diagnóstico veio, nenhum poderia ter filhos, os motivos variavam, mas a sentença era igual.

Pensei eu, e agora sera que ele, pai de ambos, vai atira-los fora, como a parreira de uva que sempre citou.

Depois de algum tempo, ele voltou toda atenção para o terceiro filho, que também se casou, agora finalmente dizia ele, serei avô.

Mais uma surpresa, a esposa desse filho também tinha alguns problemas, e não conseguia engravidar.

Mas, depois de um tratamento médico duas lindas crianças nasceram, e assim pode ele tornou-se avô.

E o discurso de cortar a parreira que não dava uvas, nunca mais foi citado por ele.

Pois é quem muito fala sem criterio, sem bom senso, fala muita bobagem.

E um dia tem que engolir os sapos.

Lenapena
Enviado por Lenapena em 27/06/2010
Reeditado em 14/12/2010
Código do texto: T2343985