INVENTANDO O MEU DIA

Como seria bom se pelo menos um dia durante a nossa passagem na terra a gente fosse agraciado com uma “varinha de condão”. Estou me referindo aquela “varinha mágica” das lindas e poderosas fadas que transformam abóboras em carruagem, farrapos em roupas finas e a realidade em maravilhas.

Acho que em alguma época de nossas vidas tivemos uma varinha poderosa, mas nós homens não soubemos limitar nossos pedidos. De uma varinha mágica não se pode exigir dinheiro, algo que prejudique os nossos pares ou alguma coisa que venha ser maléfica a sociedade. Diante de nossa incompetência de lidar com tão poderosa arma ele nos foi subtraída.

Portanto, se hoje eu tivesse uma varinha mágica eu só a usaria para coisas puras, plenas e singelas. Por exemplo, eu pediria para ser transportado para um lindo lugar, coberto de verde, com lindas ovelhas pastando, com frondosas árvores margeando um límpido riacho onde eu pudesse nadar tal qual uma sereia.

Ou quem sabe eu trocaria tudo isso por uma noite de frio, ao lado de uma lareira tomando um gostoso vinho ao som de um violão. Estou vendo aquele fogo crepitando ardentemente, como se brigasse com frio querendo aquecer a gente.

Ah! Minha varinha mágica, porque não faz de mim leve bailarina a rodopiar encantadoramente ou a parar no ar com se fosse uma borboleta, fazendo dos meus braços asas e dando as minhas pernas leveza?

Apesar de ser urbana, queria fugir desse mundo de tanta agitação queria buscar o silêncio, deitar na relva sonhando com um mundo diferente, contar estrelas no céu, acordar com o cantar dos pássaros e cavalgar entre as verdes matas, suspirando alegremente. Só você varinha mágica pode me dar esse presente. Completa minha felicidade, traz pra mim a minha gente. Pessoas que estão distantes, que nunca mais pude ver, traz para mim pra bem pertinho para que eu possa “viver”.

Está acabando o dia. A varinha vai partir. Acabou a minha chance de viver mais belos sonhos. Parece verdade mesmo que a varinha existiu. Fiquei feliz relatando os meus desejos impossíveis e vivi intensamente a minha imaginação. Feliz do homem que sonha. A vida é ilusão. Feliz do homem que cria sua varinha de condão.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 27/06/2010
Reeditado em 29/04/2020
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