Quando chega ao fim...
Uma barreira invisível está entre nós. Já não somos mais amantes, muito menos amigos. Nossos encontros são marcados apenas por palavras monossilábicas e conversas cada vez mais distantes. Onde foi parar aquela paixão? Cadê aquele casal sonhador repleto de projetos em comum no início da relação? Será que o casamento desmoronou? Será que não há mais amor? Ou será que acabei de acordar de um sonho e que tudo na verdade nunca existiu?
Outro dia ouvir falar que três elementos são essenciais para um relacionamento duradouro: confiança, respeito e diálogo. Concordo plenamente, mas nesse contexto faltou um ingrediente primordial para tornar sólida qualquer relação: o amor. Só ele constrói, perdoa, sacrifica, respeita, confia, tolera, dignifica. Sem ele, nada vai para frente. Tudo parece andar de macha ré. Uma simples palavra dita com mais veemência transforma-se num ponto de partida para uma discussão. A indiferença toma o lugar do aconchego e a felicidade simplória diante de pequenos gestos torna-se imperceptível aos olhos dos envolvidos na questão. Com ele, temos a amizade e com esta, temos noites perfeitas recheadas com palavras doces, trocas de experiências pessoais... Algo tão surreal que nos extasia e nem percebemos o tempo caminhar.
Ahhhhhhhhh!!! Como é bom amar... Como sinto falta de ser amada... Ser paparicada, de ter pequenos mimos, não aqueles materiais, mas aqueles espirituais que enchem de emoção qualquer quebrantado coração. Como sinto falta de ter alguém que me conheça profundamente. Que saiba o que sinto apenas através da decifração do meu olhar. Eu tenho o direito a tudo isso. Não tenho? Não sei se um dia vou encontrar. Bom... O que importa é que chega de tantas migalhas. Eu tentei... Juro que tentei... Foram tantos anos de luta para que tudo desse certo e uma única descoberta: numa relação, a via não é de mão única e sim dupla. Não basta apenas um acreditar, o casal tem que se afinar... Entrar no mesmo ritmo da dança...Caso isso não seja possível, o melhor caminho é a separação. Pois, por mais dolorosa que ela possa ser, todos tem o direito a uma segunda chance de ser feliz e, acima de tudo, de conhecer esse misterioso e encantador sentimento chamado amor.