A promoção está acabando
Tantos são os cartazes de promoções espalhados pela cidade que não causam mais impactos, sua verdadeira força está sendo minada. Seu poder de venda afetado pela automatização que adquiriu. Surge então nova forma de nos despertar os desejos.
Se considerarmos a palavra promoção no sentido de preços menores, abaixo do custo, para um produto de melhor qualidade, com maiores vantagens, sua autenticidade está se dissipando e, infelizmente, com o tempo perdendo sua finalidade, causando frustração ao invés de satisfação do consumidor.
Estratégias de mercado apelam então para a criatividade e nos tenta abordar com novos benefícios através de produtos mais sofisticados do que possuímos, como se fossemos enganados, antes mesmo de usufruir do nosso bem, tal é a freqüência com que é intercalada a propaganda nos veículos publicitários e, inconscientemente, nós a sociedade, absorvemos despercebidos, sem reflexão
No Brasil onde se vive, hoje, uma economia estável. Onde se encontra todos os tipos de produtos e com preços para todas as camadas sociais, não deixaria de ser oportuno oferecer algum tipo de promoção aos clientes para atrai-los e vencer o concorrente. No entanto tanta são as placas de promoções e sem sentido que quase tornam se logotipos das empresas.
Ao andarmos pelas ruas comerciais poucos são os estabelecimentos que não anunciam desconto e promoções de 10%, 20% até mesmo 50%. Ao entrarmos nas lojas e observar os preços, nenhuma novidade revela, deixando nos confusos quanto ao preço real da mercadoria.
Este bombardeio da palavra promoção – no sentido de realmente encontrar preços baixos – não desperta mais o interesse, função a qual é destinada, da pessoa que caminha a procura de sua mercadoria, visto que o brasileiro hoje aprendeu a pesquisar os preços e em meio a tanta mesmice os estabelecimentos não se diferem.
Quando se compara os preços promocionais em vários estabelecimentos, todos acompanham relativamente à mesma tabela, deixando de ser promoção assumindo um novo patamar de preço, que não sabemos se real ou fictício.
Salvo raríssimas exceções esta palavras manter-se-á no poder de vendas dos empresários, sujeita infalivelmente ao desgaste e ao empobrecimento de significado com o decorrer dos anos, abrindo espaços para novas criatividades menos frustrante ao consumidor.
E, se a palavra promoção já não causa tanto impacto, pela automatização adquirida, simplesmente a vemos sem darmos a menor importância, outra vertente do setor publicitário tenta nos acordar, impulsionando-nos ao desejo dos bens mais sofisticados e melhores do que o atual, lançando-nos ao futuro, causando novas frustrações.
Caso dos anúncios de veículos. Em meio a este crescimento sem fim, na fabricação de automóveis, e diante de tantas marcas concorrentes, não só ganha o que melhor oferece o produto por um menor preço, mas também pela venda do sonho de estar sempre à frente e com o que há de mais avançado em termos de tecnologia, conforto, segurança, design, etc.
O sonho de, em junho de 2010, estar com um carro modelo 2011, conforme campanhas publicitárias anunciam, nos leva a crer que ao chegarmos a novembro ou dezembro, o modelo 2012 ou 2013 já esteja preparado para ser lançado no mercado, ou talvez o 2020, e assim, com o carro do ano, estarei com a ultrapassada lata velha do ano 2010.