VIDA DE "CONCURSEIRO"

Todo concurseiro está sujeito a uma série de percalços na sua jornada rumo ao emprego público. Da quebra do ônibus a caminho do local de prova à anulação do concurso, tudo pode acontecer.

Além dos sacrifícios corriqueiros, como enfrentar um programa de estudos intensivo, dormir pouco, perder toda a vida social e, em alguns casos, até a amorosa, gastar com cursinhos, apostilas, viagens e muitas outros, ainda tem as temidas “pedras” no meio do caminho. Sem querer, Drummond descreveu bem a vida dos concurseiros. “Pedreira” é a vida de quem decide “passar ou passar” num concurso público.

Os iniciantes (essa palavra nos faz lembrar aqueles que entram para uma religião, sistema filosófico, sociedade secreta ou algo do gênero) são os que mais sofrem. Já passei dessa fase. Embora não tenha feito nem dez concursos ainda (fui aprovada em alguns, mas não quis ficar por motivos pessoais. (agora sou servidora, finalmente, mas ainda quero um melhor) já me considero uma semi-veterana.

Entre as “vítimas em potencial”, os iniciantes no (posso chamar concursismo, Tânia Meneses?), são protagonistas das mais curiosas aventuras. Entre as mancadas mais comuns está a de esquecer de deixar o celular em casa. Quando isso acontece, sempre aparece um amigo sem noção para ligar bem na hora da prova e por azar, ele não estava “no silencioso.” Perder os documentos a caminho do local da prova é comum, mas nunca sensibilizou nenhum fiscal. Não levar caneta azul ou preta é demais! Não espere que seus concorrentes te ofereçam a deles com um sorriso no rosto. Seja malicioso no bom sentido. E acredite, na hora da prova é cada um por si e a banca examinadora contra todos.

Ah, se a prova for em outra cidade, é bom não esperar que o taxista saiba onde você ia fazer a prova. E como não vão esperar que esteja devidamente alojado em sua cadeira exclusiva, você vai perder seu dinheirinho e voltar para casa mais experiente.

A mancada clássica ainda é a recorrente confusão que se faz no horário de verão. Inúmeros candidatos perdem a prova somente por chegarem uma hora atrasados. O cartão de inscrição informa isso. Não olhar pode custar muito caro, em todos os sentidos.

Mas confesso que o pior que pode acontecer a um pobre concurseiro é ser classificado e jamais chamado (já senti na pele). Isso deixa furioso o mais pacífico dos candidatos. Dá vontade de fazer uma besteira, então você lembra de que não tem imunidade parlamentar. O melhor é seguir tentando. “Concursismo” é um caminho sem volta. A menos que se queira fazer um acordo com o fracasso.

Bom, depois da prova, segue-se o julgamento, quero dizer, a correção. Se você fez tudo certinho, tiver sorte de o concurso não ser fraudado ou anulado, pode continuar sonhando em ser aprovado.

Neuminha
Enviado por Neuminha em 26/06/2010
Reeditado em 02/04/2011
Código do texto: T2342276
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