CRIANÇAS... AH, CRIANÇAS!

Ela ouviu o chorinho vindo do quarto. Meu Deus! A filhinha de apenas cinco dias! Correu desesperada. Parou estupefata à porta. A cena fez-lhe o coração saltar pela boca: nos bracinhos frágeis do irmãozinho de três anos, o pacotinho cor-de-rosa se acabava de tanto chorar.

Pego em "flagrante delito" o garotinho olhou a mãe “Hum... ‘peisado’, né?”. Ela respirou fundo e ouviu um anjo a sussurrar-lhe “Calma... Tenha calma!”. Ainda bem que manteve o sangue frio “Sim, Mateus, sua irmãzinha é muito pesada, põe ela na cama pra mamãe, põe?”.

Ele fez um visível esforço. Levantou os braços e depositou sobre a colcha o corpinho minúsculo. Lívia agora era quase uma bonequinha. Ufa! Perninha e bracinho suspensos no ar. Mas a salvo! A mãe feito uma leoa se atirou sobre o bebê. Abraçou-o num choro histérico e convulsivo... Deixou a tensão escorrer em lágrimas e soluços.

Mateus? Não entendeu nada! Aliás, tinha já esquecido a boneca. Seu objeto de brinquedo agora era um potente aviãozinho verde em voos rasantes. Olha lá! Atenção! Aeronave em fúria no espaço sideral do quarto! Chi!! Vem caindo, caindo, caindo... Puxa, desta vez quase atinge a mãe e irmã de uma só vez... Brincar é bom, né?