ÁGUA, UM BEM PRECIOSO!!!
A vida na terra depende da água para sua manutenção. A constituição da maioria dos seres vivos é de aproximadamente 70% de água.
É mais que um bem natural de fundamental importância. Tem valor econômico mensurável.
O tema está constantemente na pauta de discussões dos mais diversos órgãos internacionais. Nos próximos dias, haverá uma conferencia mundial que irá discutir a questão dos recursos hídricos.
Existe um desejo das grandes potencias em internacionalizar a Amazônia, com o pretexto de que ela é um patrimônio mundial. Se isto ocorrer, significa dizer que o país perderá a soberania para decidir os destinos da região.
O Desejo se justifica porque é uma área rica em biodiversidade. Possui a maior floresta do planeta, há abundância de minerais sólidos e água potável suficiente para abastecer bilhões de pessoas. Ademais, existem, nas florestas, plantas medicinais que muitas empresas gostariam de pesquisar, patentear, produzir e exportar os produtos fabricados para o próprio país de origem das matérias primas.
No futuro, os países farão guerras para ter o domínio dos mananciais do precioso líquido, da mesma forma que as fizeram pela expansão territorial e pelo petróleo.
A Amazônia pertence aos brasileiros e deve continuar pertencendo. Diz o Senador Bernardo Cabral com muita sabedoria: “...água é mais valiosa que o petróleo, todos a bebem. Ouro, ferro, manganês e petróleo ninguém bebe...”; é necessário que as pessoas tenham consciência desse fato. Os interesses da Amazônia devem ser defendidos e assumidos pelos brasileiros de todas as regiões.
O Canadá, segundo informações, exporta água para o Oriente Médio por um valor maior que o do barril de petróleo; sendo verdadeira a informação, nos próximos anos, se as reservas hídricas forem preservadas, o Brasil poderá ser um dos maiores exportadores de água.
Ao contrário do que muitos pensam, as reservas hídricas são finitas e devem ser exploradas com racionalidade.
O racionamento de energia trouxe também para a sociedade, a discussão dessa riqueza que está sendo utilizada de modo inadequado. Todos os segmentos deveriam unir-se para buscar um meio de conscientização para adoção do uso racional da água, antes que se transforme em racionamento compulsório.
No caso do Brasil, a escassez pode ocorrer não por falta de recursos hídricos propriamente ditos, mas por causa do mau uso, da poluição doméstica, agrícola, e industrial.
Tanto as pessoas isoladamente, como os setores produtivos contribuem com a poluição e degradação das margens e nascentes dos rios.
Nas cidades, usam-se as margens fluviais para especulação imobiliária; no campo, alguns produtores agrícolas destroem as matas ciliares e lançam produtos químicos nos leitos dos rios; as indústrias contribuem com os rejeitos industriais que muitas vezes são depositados nos rios através de efluentes sem tratamento ou com tratamento inadequado; as pessoas utilizam água potável para limpeza das calçadas, quintais e veículos, além dos inúmeros vazamentos nas redes hidráulicas das concessionárias, causando o desperdício de milhões de litros de água.
Fazem dos rios e córregos depósitos de lixo e de esgotos domésticos e sanitários, que são despejados diariamente, sem qualquer tipo de saneamento.
Em Divinópolis existe o SOS rio Itapecerica, Espelhos D´água e algumas escolas que trabalham para conscientizar a população a respeito da importância de sua bacia hidrográfica.
Nos orçamentos participativos de 1999 e 2000, os moradores escolheram como prioridade recuperar o rio Itapecerica e seus afluentes. Contudo, pouca coisa foi feita e o rio dá sinais de que está morrendo aos poucos.
Uma das alternativas para evitar que em breve não haja falta d´água é investir em educação através de debates, audiências públicas e informações a respeito da importância da água para manutenção da qualidade de vida e do ecossistema; deve-se analisar o passado recente para não se repetir os mesmos equívocos.
Em alguns lugares de minas já existe racionamento praticamente irreversível e, Divinópolis não pode ficar de braços cruzados esperando o que poderá acontecer. O caos pode ser evitado se forem tomadas as medidas preventivas enquanto há tempo e possibilidades.
A Escola Municipal Padre João Bruno (CAIC) é uma das escolas que está promovendo um trabalho de conscientização das crianças (07 a 14 anos), com participação dos pais a respeito da preservação da água e do meio ambiente. Tem produzido diversos trabalhos em sala de aula e “in-loco”, mostrando aos alunos a real situação em que se encontram os rios e córregos, por causa do descaso da comunidade e incentivando-os na busca de sugestões viáveis para ajudar reverter o grave estado de degradação dos mananciais do município, formando cidadãos conscientes de seu papel na sociedade, capazes de transformarem uma realidade adversa em ação social de todos agentes que podem ser beneficiados a partir de atitudes coerentes dos que têm compromisso com as próximas gerações. Ações como esta, devem ser aplaudidas e disseminadas.
Silvanio Alves da Silva (18/09/2001)