MEUS MAIS RECENTES AMIGOS DE INFÂNCIA
Eu as conheci no dia de meu aniversário. Jussara e Jéssica - mãe e filha.
Jussara tem a doçura de uma geléia de pimenta. É doce, mas poderia ser usada para temperar um vatapá, embora seja mineira. Faz uma canjiquinha de se comer rezando e tem o humor nas veias... Limpa sua casa como quem limpa um altar e talvez o faça dessa maneira porque sabe bem o que é ajoelhar-se perante muitos altares para implorar por uma graça. Nunca vi casa tão limpa... Nunca soube de fé tão forte...Nunca comi canjiquinha tão gostosa...
Jéssica, alvo dessa fé e milagrosamente salva de um aneurisma , ensina como é fácil viver a vida quando se tem leveza de espírito e grandeza de sentimentos... Hoje estávamos conversando enquanto caminhávamos. Ela olhou pra meu ombro e disse :
- Você é alta...
E eu respondi:
- Bem, quando eu tinha sua idade me considerava alta...
E ela, prontamente completou:
- Entendo, Beth, você já está encolhendo, né?...
- É... (tive que concordar)...
Daí, perguntei pra ela:
- Você nada? E ela, prontamente respondeu...
- Não. Só no mar...
Rimos uma da outra e continuamos a caminhar, abraçadas, pelo corredor do andar em que moramos, já que somos vizinhas...
Sempre que me vê ela me dá uma abraço tão forte e definitivo como se eu (ou ela) fôssemos viajar para Marte. Eu gosto muito, muito dela e a adotei como minha neta, sem pedir permissão a ninguém.
Gosto muito também de toda sua família - de sua mãe, Jussara, de seu pai, Dênio (que também é um artista de vários dons), de sua irmã
Emanuella (herdou a doçura - e talvez a pimenta, ainda não a conheço o suficiente para saber) e seus tios, Tunico e Lac, tios que ainda conheço pouco, mas que fazem parte dessa família de gente simples e especial.
Eles - todos eles - são, com certeza, meus mais recentes
"amigos de infância".