A depressão... o ciúme... a solidão...

A depressão... o ciúme... a solidão

Mª Gomes de Almeida

Mal que não tem cura? Engano seu...

Um dia, eu também me enganei!

Entre tantos males que aflige a humanidade contemporânea, o ciúme, a depressão, a solidão fere alguns do nosso meio.

E em muitos casos e situações, ambos caminham juntinhos, e para atingir a pessoa humana permanecem inseparáveis por muitos e longos anos de angústia e dor...

O coração ferido, a alma em pedaços...

Quem se instalou primeiro?

Ele? Ela? Indagação que não vem ao caso. E da mesma forma que ambos chegaram sem pedir licença, trava-se uma batalha um tanto quanto desigual entre o eu fragilizado, diminuído, e a doença gigante empurra cada vez mais para momentos em que permeiam solidão, tristeza, desconfiança, falta de cuidado consigo e com os outros que de sua vida ainda fazem parte.

Em meio a esse caos total, nem sempre é possível contar com a família que desenformada, despreparada ainda não havia se deparado com tamanha desordem.

É necessário sair! Porque sem saída não há encontro. Sair em busca do eu. Hoje confuso, solitário, vazio, triste!

Não há abandonado, não há traído! Há sim uma inadequação entre o que sentimos e que pensamos. E como pensamos! E como sentimos quando estamos acometidos pelo mal que corrói a alma e dilacera o coração.

Mas nem sempre temos o poder para dominar o que pensamos, e como tudo está muito confuso para quem tenta lutar com as dores da alma e do coração, se afasta assim de quem mais se ama e de quem é amado.

Quanto aos valores, esses na maioria das vezes ficam esquecidos pelo doente e certamente é isso que incomoda os familiares envolvidos na situação. Sobressai ai sentimentos como impaciência, intolerância, incerteza, dúvidas... Muitas dúvidas!

Manifestam-se claramente atitudes baseadas em impulsos, maior erro do ansioso, do depressivo, do doente de ciúme. Que por vezes incontáveis é considerado doido, insuportável, chato...

Ao viver confinado em seu mundo por longas e eternas horas o que será que busca o doente? Conhecer-se? Sua dignidade? O amor próprio? O amor do outro?

Será fragilidade? Mas todos sabem que fragilidade nem sempre é sinônimo de fraqueza e ao que se considera forte em relação ao frágil é impaciente com os limites humanos e isso os leva a cometer muitas injustiças.

E em ambos os casos nada deve vir para desesperar, mas sim colocar em estado de atitude, de alerta sempre. Alerta para compreender e alerta para ser compreendido.

Maria Gomes de Almeida
Enviado por Maria Gomes de Almeida em 24/06/2010
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