CHUVAS NO NORDESTE
CHUVAS NO NORDESTE
Nesses últimos dias, os noticiários são enfáticos em mostrarem as conseqüências drásticas das chuvas. Cinqüenta e três cidades foram atingidas, e no meio destas está a minha cidade, Vitória de Santo Antão.
Na última enchente, em 2005, as proporções foram maiores. À época eu trabalhava numa ONG, e estava na coordenação institucional. Pela manhã cheguei ao escritório, preocupada com a situação em que se encontravam muitas famílias. No meu entendimento seria obrigação nossa, fazer alguma coisa. Articular ajuda enquanto instituição. E solicitei uma reunião para tratar de algum tipo de providência. O grupo não se disponibilizou muito, mas, aceitou. Iniciamos uns telefonemas para pessoas de outras ONGS no sentido de conseguir ajuda às vítimas. Iniciamos um cadastramento das famílias nos locais onde estavam alojadas. Articulamos uma parceria com a igreja católica, que estava também realizando um trabalho parecido, juntarmos a ela seria duplicar a ação.
E com muita dificuldade conseguimos algumas doações, e possibilidade de elaboração de um projeto no sentido de contribuir com a restauração das famílias, isso também junto ao poder público.
Nessas articulações, todos os dias o grupo se dividia em visita aos desabrigados, e num desses dias eu cheguei após todos almoçarem. Uma das companheiras me fazia companhia na refeição se dirigiu a mim de uma forma bem sarcástica e me ofendeu, dizendo que não concordava com o trabalho que estava sendo feito e que eu não estava agindo correto. Pois esse não era o papel de quem estava na coordenação.
E diante de muitas atitudes das outras pessoas, eu já me sentia perseguida pelo grupo. Pois como não fizeram nada quando estavam na coordenação, se eu estava fazendo as incomodava. Os problemas só aumentavam então eu tive a seguinte atitude: falei, a partir de hoje não trabalharei mais aqui nesse negócio, sairei por aquela porta e nunca mais voltarei.
Resultado, este ano, teve uma enchente quase que na mesma proporção, procurei saber o que a ONG estava fazendo pelos desabrigados, a resposta foi simplesmente, NADA.