O BOM SAMARITANO
Existem passagens no novo testamento que pessoalmente acho lindas e são símbolo do mais puro ateísmo (não dogmático). A passagem do bom Samaritano, é uma passagem das que mais gosto.
... Certo Samaritano, que seguia o seu caminho, passou perto e vendo-o compadeceu-se dele.
Chegando-se tratou-lhe as feridas, colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.
No dia seguinte, tirou de sua bolsa, dois denários e os entregou ao hospedeiro dizendo: cuida bem deste homem e, se alguma coisa a mais, eu te indenizarei quando voltar. ...
Fazer o bem, sem saber a quem, sem buscar colecionar bônus, ou procurar alguma salvação pessoal, ajuda, ou ainda, buscar algum retorno pelo que fez, é uma marca dos homens de bem.
Meu passado, do qual não tenho nenhuma vergonha, se passa em uma família cristã (momentos católica, outros momentos espiritualista cristã, mas sempre cristã), e muito da ética que hoje eu tento fazer frear meus instintos, e que ensino aos meus filhos, se originam desta ética cristã.
Todos sabem que hoje sou ateu, e que defendo piamente que as religiões não são nem de longe guardiãs ou representantes únicas da ÉTICA.
A ética, muito mais do que um SER, é um QUERER. A ética, apesar de parecer um “dever” universal, é um valor pessoal, particular, que atua na individualidade de cada um. Desta forma, não nos é possível transferi-la a ninguém, a não ser por demonstração.
Não consigo, e ninguém consegue, passar ética a outro. Se desejo, como realmente desejo, que meus filhos tenham alguma ética, devo ensiná-los, praticando-a e demonstrando-a, torcendo, do fundo do coração, que meus filhos percebam algo de bom nela, e que desejem assim absorvê-la.
Os instintos são frutos do ser, a ética é fruto do querer, do buscar, do procurar, do praticar, do desejar, do meditar, do filosofar, enfim a ética é filha direta do AMAR.
Não podemos desejar que a ética mude o mundo, pois esta ação está fora do seu escopo. A ética é conceitual, ela atua no consciente, contudo ela não é ativa, ela é o meio pelo qual me curvo, visando minimizar, ou refrear os meus instintos naturais, sempre que estes estejam em desacordo com a vida digna em sociedade.
O mundo não será melhorado pela ética, o mundo será melhorado pelo trabalho, por leis fortes, por Políticas (com P maiúsculo) humanas e dignas.
A ética não possui estratégias para diminuir a fome, para dar melhores condições de vida aos velhinhos, para salvaguardar as crianças, para garantir melhores salários, para dignificar a vida do máximo possível de população e etc.. etc.. etc..
A ética existe tão-somente no indivíduo, e nunca no coletivo. Para dignificar a humanidade que sofre, e como sofre, necessitamos de coragem, trabalho, leis e políticas humanitárias.
Agora voltando ao bom samaritano, é patente que se todos fossem éticos, as leis refletiriam esta ética, e as políticas refletiriam esta ética. Entretanto devemos nos lembrar que a ética é pessoal, e não existe forma de incuti-la nos outros, a menos que os outros a desejem.
Assim, onde a ética for fraca, deve ser contornado pelas leis e pelas políticas.
Se não freio meus instintos pela ética, que eu os freie pelo medo da lei e pela força da política, minha liberdade é de poder, de forma livre, desejar o que é justo e socialmente digno, do contrário a liberdade da sociedade deve suplantar a minha liberdade.
Existem passagens no novo testamento que pessoalmente acho lindas e são símbolo do mais puro ateísmo (não dogmático). A passagem do bom Samaritano, é uma passagem das que mais gosto.
... Certo Samaritano, que seguia o seu caminho, passou perto e vendo-o compadeceu-se dele.
Chegando-se tratou-lhe as feridas, colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.
No dia seguinte, tirou de sua bolsa, dois denários e os entregou ao hospedeiro dizendo: cuida bem deste homem e, se alguma coisa a mais, eu te indenizarei quando voltar. ...
Fazer o bem, sem saber a quem, sem buscar colecionar bônus, ou procurar alguma salvação pessoal, ajuda, ou ainda, buscar algum retorno pelo que fez, é uma marca dos homens de bem.
Meu passado, do qual não tenho nenhuma vergonha, se passa em uma família cristã (momentos católica, outros momentos espiritualista cristã, mas sempre cristã), e muito da ética que hoje eu tento fazer frear meus instintos, e que ensino aos meus filhos, se originam desta ética cristã.
Todos sabem que hoje sou ateu, e que defendo piamente que as religiões não são nem de longe guardiãs ou representantes únicas da ÉTICA.
A ética, muito mais do que um SER, é um QUERER. A ética, apesar de parecer um “dever” universal, é um valor pessoal, particular, que atua na individualidade de cada um. Desta forma, não nos é possível transferi-la a ninguém, a não ser por demonstração.
Não consigo, e ninguém consegue, passar ética a outro. Se desejo, como realmente desejo, que meus filhos tenham alguma ética, devo ensiná-los, praticando-a e demonstrando-a, torcendo, do fundo do coração, que meus filhos percebam algo de bom nela, e que desejem assim absorvê-la.
Os instintos são frutos do ser, a ética é fruto do querer, do buscar, do procurar, do praticar, do desejar, do meditar, do filosofar, enfim a ética é filha direta do AMAR.
Não podemos desejar que a ética mude o mundo, pois esta ação está fora do seu escopo. A ética é conceitual, ela atua no consciente, contudo ela não é ativa, ela é o meio pelo qual me curvo, visando minimizar, ou refrear os meus instintos naturais, sempre que estes estejam em desacordo com a vida digna em sociedade.
O mundo não será melhorado pela ética, o mundo será melhorado pelo trabalho, por leis fortes, por Políticas (com P maiúsculo) humanas e dignas.
A ética não possui estratégias para diminuir a fome, para dar melhores condições de vida aos velhinhos, para salvaguardar as crianças, para garantir melhores salários, para dignificar a vida do máximo possível de população e etc.. etc.. etc..
A ética existe tão-somente no indivíduo, e nunca no coletivo. Para dignificar a humanidade que sofre, e como sofre, necessitamos de coragem, trabalho, leis e políticas humanitárias.
Agora voltando ao bom samaritano, é patente que se todos fossem éticos, as leis refletiriam esta ética, e as políticas refletiriam esta ética. Entretanto devemos nos lembrar que a ética é pessoal, e não existe forma de incuti-la nos outros, a menos que os outros a desejem.
Assim, onde a ética for fraca, deve ser contornado pelas leis e pelas políticas.
Se não freio meus instintos pela ética, que eu os freie pelo medo da lei e pela força da política, minha liberdade é de poder, de forma livre, desejar o que é justo e socialmente digno, do contrário a liberdade da sociedade deve suplantar a minha liberdade.