Entre a Beleza e o Conteúdo... (BVIW)

Ela era feia. Sempre foi desde pequena! No momento mesmo do nascimento já se via. Uma mãe nunca acha o filho feio, mas não espera que nasça com um nariz grande e olhos arregalados, ou mesmo aquela boca curvada levemente pra direita.

A mãe, que até o nascimento não havia pensado no nome pra menina, não pensou nem mais uma vez ao ver o aparelho ao lado da cama no hospital onde estava escrito: “MADE IN USA”. Olhou bem pra cara da filha feia e disse: taí filhinha, vai se chamar Madeinusa! Como se já não bastasse o que ela sofreria sem o nome.

Mas embora se possa duvidar, havia amor naquela mãe. E como a minha sempre diz, “quem ama o feio, bonito lhe parece”. Madeinusa, não era uma menina comum. Conforme adolescia, conseguia ficar ainda mais feia a coitada. Tinha as pernas finas, mas o tamanho da anca desproporcionava tudo. Nem preciso dizer que era a chacota na escola né?!

Só que Madeinusa possuía uma coisa incomum: ERA FELIZ! Nunca se importou com os risos, e espelho pra ela era só pra ajeitar a roupa no corpo e pintar os lábios. Era vaidosa a menina. Saiu da adolescência sem grandes crises. Claro, chorava às vezes... Coisas de menina... E agora de mulher. E como mulher, tratou logo de consertar sua boca torta e seu nariz desajeitado. O corpo já não assustava tanto... Ela estava se “embonitando”... Rs.

Não ficou linda... Mas ficou normal, segundo o conceito imposto de normalidade. A feia possuía a beleza mais inusitada já vista antes: Era incrivelmente linda por dentro! E isso fazia dela, a única entre os humanos.

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 23/06/2010
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