Mísera Educação

Falhamos, e muito, com nossas crianças e adolescentes. Estamos lhes oferecendo migalhas, réstias, o mínimo. Usufruem, estas pessoas de constante transformação, de uma mísera educação.

Tenho escutado um dito popular que anda me deixando preocupado e que muito vem sendo repetido. É exaustivamente aclamado como hino, como desculpa, uma válvula de escape, principalmente por pessoas que não conseguem educar seus filhos ou afins. “O adolescente é um problema”, clamam com veemência essas pobres pessoas, não conhecedores da realidade. Foram estes “educados” de uma forma militar, de ditadura, sem um mínimo conhecimento dos fatos, à palmatória, baixando a cabeça para tudo e todos, cheio de filhos, com uma expectativa de vida baixa, doentes.

Pouco sabem que o problema não é o adolescente, que o problema é o adulto, que a problemática está na sociedade preconceituosa, cheia de conceitos, de medos, de um despreparo incabível, retrógrada.

Temos um sistema educacional completamente cru, desorientado de tudo o que acontece ao entorno. Falo eu de uma média, e toda média tem seus extremos, com todo respeito. Professores com baixos salários, e por isso fazendo por merecer. Docentes que sabem apenas, e quando muito, matemática e geografia. Estamos formando adolescentes despreparados para um mundo cada vez mais competitivo. Estamos formando mães com 12 anos de idade, viciados em drogas, analfabetos funcionais, que não sabem votar, que não sabem dirigir, que não sabem respeitar. Ainda temos, livres leves e soltos, professores do ensino educacional público e privado que a palavra sexo ainda é um tabu. Que camisinha é coisa de outro mundo, que o sexo deve ser praticado depois do casamento, ou se apaixonando, ou se o pai deixar. Temos adolescentes cheios de dúvidas, de todos os tipos, e que nunca tiveram ninguém para lhes aconselhar. Nunca tiveram um pai, um professor, nunca tiveram alguém para sanar-lhes questionamentos que lhes assombram a cabeça. Pais cada vez menos preocupados com os filhos, desleixados que são. Ainda estamos na era de ensinar apenas a fórmula de báscara e mar mediterrâneo para pessoas que se comunicam com o mundo via internet, a qualquer horário e a qualquer idade. Pessoas que assistem novelas e filmes com cenas explícitas de sexo. Enfim, pessoas que serão nosso futuro. Urge a necessidade de repensarmos. Acentua-se a urgência de trabalharmos cada vez mais cedo os problemas que estão aí, a solta. Não desisto, batalho e clamo, eu, pelo amor de Deus.