Um ano sem Michael

Com toda a certeza 2009 será lembrado pra sempre como o ano da morte do Rei do Pop. Sem sombra de dúvidas Michael Jackson teve um sucesso estrondoso em todo o mundo.

Um fato me desperta atenção, além é claro do absurdo sorteio de ingressos para o velório do astro, onde milhares de pessoas se candidataram para ganhar o passe, que obviamente não sairia de graça. Porém o que realmente me deixa estupefato são os “fãs brazucas”, que na sua grande maioria cantavam as músicas de Michael sem entender absolutamente uma palavra.

Aliás, a cultura brasileira esta cada vez mais “americanizada”, sempre está na moda músicas em inglês, filmes americanos, roupas, calçados, perfumes, todos são melhores, mais chiques. Francamente que utopia irracional é essa que estamos vivenciando?

Confesso ter uma admiração pelo povo da América, o seu patriotismo incondicional é realmente admirável. Infelizmente isso está muito distante de acontecer no Brasil, um exemplo que expressa bem essa colocação é a nossa notável Seleção Brasileira de Futebol, reconhecida e respeitada em todo o mundo, Penta Campeã Mundial, atual Bicampeã da Copa das Confederações. Meus senhores, por favor, reparem nos jogadores na hora de cantar o Hino Nacional Brasileiro, dificilmente você vai ver algum deles na posição de sentido correta – onde se deve ficar em pé com os braços estendidos, paralelos ao corpo. Não, nada disso, alguns estarão com os braços para trás e a grande maioria com uma das mãos sobre o peito, confesso que se não fosse às camisas canárias seria realmente difícil distinguir, entre os jogadores brasileiros e americanos, pois mais uma vez estamos tentando imitá-los. Não desmereço o possível sentimento que alguns jogadores sentem naquela hora, mas francamente isso é um total desrespeito para com a nação, esses jogadores aparecem em rede mundial executando a posição de sentido de outro país, pra variar dos EUA. Isso é ser patriota? Nem cogito a possibilidade de pedir que cantem o hino corretamente.

Voltamos novamente para a parte artística, quem nunca ouviu ao menos um trecho de alguma música do Rei Roberto Carlos? E quem nunca ouviu que é “brega” escutar essas músicas? Certamente essas perguntas obviam suas respostas, que são facilmente subentendidas. Mais uma vez o modismo toma conta da preferência massacrante da população, e o Hit da vez é o Sertanejo Universitário, que junta uma melodia manjada com versos de rima fácil, que não trazem nada de coerente a não ser o lucro para as gravadoras que se esbaldam com a venda de discos e lucram cada vez mais em cima da falta de cultura musical que tem o povo brasileiro.

Cada vez mais a opinião das pessoas se resume no que elas vêem na TV, na novela, ninguém mais tem o hábito de ler, não somente livros, mas jornais, revistas – claros não as de fofocas, não buscam informações para formar uma opinião própria, afinal nem é preciso ter ensino médio para falar no messenger. Sinceramente prefiro ter o vulgo de cafona, do viver plugado em um imperialismo cultural.