PELÉ OU MARADONA, QUEM FOI O MELHOR?
Em época de Copa do Mundo, era de se esperar que o questionamento de que, quem foi o melhor, ressurgisse. Pelé ou Maradona? Ainda mais considerando que, o craque argentino teve a coragem de assumir a direção técnica da seleção do seu país. Cargo que o rei do futebol não assumiu, por falta de coragem de perder seu prestigio, caso a seleção brasileira sob o seu comando não tenha o desempenho esperado, ou por não ser financeiramente vantajoso, ou talvez, em razão de ambos os motivos.
A verdade que o maioral argentino até o momento vai bem e pelo visto pode surpreender ainda mais na direção da sua seleção. O fracasso como alguns apostavam em função do enigma Maradona, não corre riscos. Mesmo que seu time não prossiga na Copa e não dispute à final, do lado de cá, parece que ele e seus comandados estão acendendo o entusiasmo dos hermanos. Isto é a primeira coisa de um tanto que um país precisa. Uma derrota daqui para frente será com certeza um balde de água fria, mas nada que apague de vez as brasas. É só voltá-las a alta temperatura.
Já na terra do Rei, para se entusiasmar, para se orgulhar com a seleção de futebol é necessário que façamos jogos com equipes “de menor potencial ofensivo” (expressão da lei 9.099/95) e com gols especiais, prefiro classificá-los como especiais. Sem contar que também para se entusiasmar, precisamos do Galvão Bueno, Luciano do Vale e de qualquer um Mané, exceto o Garrinha, endeusando craques de todos os tempos, inclusive o Kaká, mesmo não jogando nada, bem como outros tantos figurões. Parece coisa de patrocinadores e empresários.
No futebol tudo pode ocorrer, de repente, novamente somos campeões. Mas, se continuar assim, será campeão sem brilhos. Àquela alegria estampada de campeão não será duradoura, e, amanhã ou depois vai parecer que tudo aconteceu num passado distante. Por onde anda 94?. Isto não é bom para o país, para o seu povo, para o capital, que tanto massacrou o futebol e com seu ganancioso jeito de ser, pode se reduzir, tornando-se prejuízo. Falo da próxima Copa do Mundo aqui.
Também quero dizer que, um Rei, foi feito para sentar no trono e comandar seus súditos, pessoalmente ou de qualquer justa forma. O que não vale é ser considerado Rei, ser o bom moço, receber homenagens e outras regalias. Não que não mereça, mas, nada em troca, já passou da conta. O país precisa de um Rei que viva em seu país, cuide de seu país, não explore para si mesmo, a marca do seu país, não viva de alegrias passadas, de bajulações de pessoas que fazem de tudo para se mostrarem como celebridades e talentosas. Neste aspecto, vejo Maradona como melhor. Pois teve a coragem. Mesmo não sendo o bom moço em virtude dos seus conhecidos tropeços, é bajulado e, além das jogadas e gols geniais e campeonatos memoráveis, age como um Rei que não deixou de ser ser humano, para ser uma figura puramente mitológica. Inexplicavelmente Maradona consegue ser um mito real, ou seja, figura mitológica e ser humano ao mesmo tempo. Como ser humano está sujeito a tudo, no entanto, não podemos esquecer que o recomeço será sempre um bom exemplo.
O melhor de tudo, o inexplicável, por incrível que pareça, é que nós precisamos das coisas tal qual como estão, pois é assim que aprendemos a ser e garantir o leite de compatriotas. Porem seria melhor se fosse com um pouco menos de “faz de conta”. (Alice no País das Maravilhas).
Espera ai, ainda não acabou não. Mais acima eu falei de gols especiais. Claro que me lembro do gol que Maradona fez usando as mãos. Contudo naquela Copa, seu talento sobressaiu. Vai lá Brasil, sobressaia.
WILSON BRASIL
22/06/2010 -18hrs10min