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Dunga x Imprensa
(ou Destempero x Desrespeito)
A cobertura televisiva da Copa do Mundo de 2010 ficará marcada pela “espetacular” transmissão em “3D”: o Destempero de Dunga e o Desrespeito pela imprensa das regras pré-estabelecidas pelo comando técnico da seleção brasileira.
Para nós telespectadores é deveras constrangedor assistir à grotesca cena de um treinador raivoso proferindo palavrões do mais baixo nível em rede mundial, como se estivesse no quintal de sua casa e não representando todo um País e seu esporte mais cultuado. Está claro para todos que o treinador Dunga não reúne as mínimas condições psicológicas e educacionais para estar em frente às câmeras de TV, com a polidez e a postura necessária ao cargo. Não se entende então a postura do nosso eterno cartola Ricardo Teixeira, capaz de dar entrevistas corroborando o veto da FIFA ao Morumbi à Copa de 2014 (quero ressaltar que não sou paulista nem tampouco torcedor do São Paulo...) e ao mesmo tempo tão impassível em relação à mediação deste conflito.
É inegável salientar o valor de Dunga como profissional do futebol; gostem ou não muitos de seus críticos, ele já mostrou seu valor ao dar a volta por cima e levantar a taça em 1994, silenciando muitos de seus algozes de 1990. Ao se mostrar um jogador fora dos padrões do modelo brasileiro até então, trocando o futebol bonito, moleque e irresponsável (tal como o do Santos atualmente), pelo futebol de força e organização tática, o também chamado futebol de resultados, inspirado no modelo Europeu (leia-se Alemanha ou Inglaterra), Dunga foi execrado em prosa e verso por grande parte da mídia esportiva que, diga-se de passagem, vive das críticas e das polêmicas.
Não há como refutar o histórico vencedor de nosso treinador como jogador e como comandante até aqui do escrete nacional. Os números e os títulos não mentem: seu modelo tem sido eficiente; pode até ser que não ganhe a atual Copa, o que possivelmente levaria à sua crucificação pública, mas até o momento ele e sua comissão técnica não podem ser questionados. Mesmo sem experiência como técnico, Dunga apresenta resultados muito superiores ao de profissionais já consagrados neste ramo. Se tivesse a postura e a inteligência de Carlos A. Parreira, seus caminhos seriam menos espinhosos...
De outro lado temos a imprensa, com sua parafernália tecnológica e seus profissionais de alto nível, poliglotas e credenciados a realizar o seu inestimável trabalho de nos trazer as tão essenciais informações; nada mais que o seu dever profissional, dados os faraônicos gastos que as empresas do ramo investem na cobertura do mundial, o que, acredito eu, deve resultar numa pesada cobrança por sobre estes indivíduos. O problema é que essa mesma pressão deve resultar em extrapolação dos limites éticos por parte de muitos dos jornalistas, ao tentar de todas as formas burlar a programação pré-determinada pela comissão técnica, gerando inflamadas reações do “alto-comando”.
A verdade é que este impasse apenas nos prejudica a todos: aos jogadores pela intranqüilidade criada pela sensação de clausura; ao técnico pela interferência constante em seu trabalho e à superexposição negativa que lhe é dada, pela sua própria inabilidade semântica e rancor de há muito guardado; à maioria da imprensa impedida de cumprir seu dever informativo, pela inescrupulosa atitude de alguns de seus membros, o que acaba por torná-la alvo da fúria ensandecida da comissão chefiada por Dunga.
A seleção não pertence a Dunga, Jorginho ou Ricardo Teixeira. Também não é de propriedade das grandes redes de TV. Ela é do povão humilde e que tem nesta seleção canarinha uma de suas poucas e temporárias alegrias, contrastando com os altos salários de dirigentes, jogadores e profissionais de imprensa do primeiro escalão. A educação tem que acompanhar os privilegiados integrantes da CBF e dos principais meios de comunicação. Esta polêmica deve ser contornada, a fim de não contribuir para o único desfecho previsível a continuar tal embate: o de uma provável e conturbada eliminação.
A quem interessa?
Dunga x Imprensa
(ou Destempero x Desrespeito)
A cobertura televisiva da Copa do Mundo de 2010 ficará marcada pela “espetacular” transmissão em “3D”: o Destempero de Dunga e o Desrespeito pela imprensa das regras pré-estabelecidas pelo comando técnico da seleção brasileira.
Para nós telespectadores é deveras constrangedor assistir à grotesca cena de um treinador raivoso proferindo palavrões do mais baixo nível em rede mundial, como se estivesse no quintal de sua casa e não representando todo um País e seu esporte mais cultuado. Está claro para todos que o treinador Dunga não reúne as mínimas condições psicológicas e educacionais para estar em frente às câmeras de TV, com a polidez e a postura necessária ao cargo. Não se entende então a postura do nosso eterno cartola Ricardo Teixeira, capaz de dar entrevistas corroborando o veto da FIFA ao Morumbi à Copa de 2014 (quero ressaltar que não sou paulista nem tampouco torcedor do São Paulo...) e ao mesmo tempo tão impassível em relação à mediação deste conflito.
É inegável salientar o valor de Dunga como profissional do futebol; gostem ou não muitos de seus críticos, ele já mostrou seu valor ao dar a volta por cima e levantar a taça em 1994, silenciando muitos de seus algozes de 1990. Ao se mostrar um jogador fora dos padrões do modelo brasileiro até então, trocando o futebol bonito, moleque e irresponsável (tal como o do Santos atualmente), pelo futebol de força e organização tática, o também chamado futebol de resultados, inspirado no modelo Europeu (leia-se Alemanha ou Inglaterra), Dunga foi execrado em prosa e verso por grande parte da mídia esportiva que, diga-se de passagem, vive das críticas e das polêmicas.
Não há como refutar o histórico vencedor de nosso treinador como jogador e como comandante até aqui do escrete nacional. Os números e os títulos não mentem: seu modelo tem sido eficiente; pode até ser que não ganhe a atual Copa, o que possivelmente levaria à sua crucificação pública, mas até o momento ele e sua comissão técnica não podem ser questionados. Mesmo sem experiência como técnico, Dunga apresenta resultados muito superiores ao de profissionais já consagrados neste ramo. Se tivesse a postura e a inteligência de Carlos A. Parreira, seus caminhos seriam menos espinhosos...
De outro lado temos a imprensa, com sua parafernália tecnológica e seus profissionais de alto nível, poliglotas e credenciados a realizar o seu inestimável trabalho de nos trazer as tão essenciais informações; nada mais que o seu dever profissional, dados os faraônicos gastos que as empresas do ramo investem na cobertura do mundial, o que, acredito eu, deve resultar numa pesada cobrança por sobre estes indivíduos. O problema é que essa mesma pressão deve resultar em extrapolação dos limites éticos por parte de muitos dos jornalistas, ao tentar de todas as formas burlar a programação pré-determinada pela comissão técnica, gerando inflamadas reações do “alto-comando”.
A verdade é que este impasse apenas nos prejudica a todos: aos jogadores pela intranqüilidade criada pela sensação de clausura; ao técnico pela interferência constante em seu trabalho e à superexposição negativa que lhe é dada, pela sua própria inabilidade semântica e rancor de há muito guardado; à maioria da imprensa impedida de cumprir seu dever informativo, pela inescrupulosa atitude de alguns de seus membros, o que acaba por torná-la alvo da fúria ensandecida da comissão chefiada por Dunga.
A seleção não pertence a Dunga, Jorginho ou Ricardo Teixeira. Também não é de propriedade das grandes redes de TV. Ela é do povão humilde e que tem nesta seleção canarinha uma de suas poucas e temporárias alegrias, contrastando com os altos salários de dirigentes, jogadores e profissionais de imprensa do primeiro escalão. A educação tem que acompanhar os privilegiados integrantes da CBF e dos principais meios de comunicação. Esta polêmica deve ser contornada, a fim de não contribuir para o único desfecho previsível a continuar tal embate: o de uma provável e conturbada eliminação.
A quem interessa?