HÁ UMA LUZ NO FIM
Bem sei que nesses negros dias pelos quais a locomotiva Brazuca trafega pelo lamaçal das mazelas; a cada dia, a cada minuto, o Maquinista se dá conta de que uma avalanche chamada CPMI pode descarrilhar os vagões; ou uma besta sanguessuga pode roubar a esperança dos passageiros.
Comenta-se que até mesmo uma tênue lufada “de vergonha na cara” pode desestabilizar a estrada e paralisar o comboio.
Tudo parece inadvertidamente perdido; eu sei e você sabe.
Porém, ouço, ao longe, um clamor. Ouço, não. Suplico que um clamor desperte na garante do povo.
Quem sabe se após quatros anos de incertezas, o Divino não tenha piedade de todos nós e nos envie uma tempestade purificadora capaz de lavar com lágrimas de indignação e revolução a estrada que nos leva ao futuro.
Ainda é tempo de acreditar. É tempo de acreditar que ainda habita em nós uma poderosa e sutil gota vergonha. Uma gota de vergonha capaz de mover céu e terra, e nos transportar pelo túnel de volta para o jardim da dignidade: “Fortaleza de onde nunca deveríamos ter nos afastado”.
Acredite no sonho; há esperança no fim.
Quando a bonança desse novo tempo chegar, o Príncipe das Trevas não mais reinará pelo todo e sempre. Sua corja de seguidores será varrida e extirpada. Uma nova ordem se fará. E será tão reveladora que guiará nossas mentes e nossas mãos para o poder da decisão que existe no fim de tudo.
A luz que existe no fim revelará que o nosso maior pecado foi abrigar a Besta na nossa própria casa e de acreditar nas suas promessas. Fomos tolos. De adoradores (inocentes e úteis) galgamos o reconhecimento de comparsas. Cúmplices da Besta!
Vou repetir: SOMOS CÚMPLICES DA BESTA.
Essa é a grande verdade. A grande verdade que negamos reconhecer.
Compactuamos e comungamos de suas arquitetações e promessas. Deixamos-nos seduzir por presentinhos, favorzinhos, e mensalinhos. Quando nos demos por nós; já éramos refém do lodo da armação.
Mas creiam-me: HÁ UMA LUZ NO FIM.
Uma luz tão poderosa que será capaz de purificar nossa feudal democracia; que será capaz de purificar os corações e mentes dos nossos representantes; que será capaz de construir uma nossa ordem social e política.
Mas devo lembrar: não adiante ficar só divagando em sonhos de imaginação.
Se há uma luz no fim, e quanto a isso, não há como negar; ela só poderia se encontrar no fim.
Por isso, só mais um lembrete: eu e você temos que carregar essa luz. Não dá tempo para brincar ou se fazer de herói. Temos que unir forças para iluminar a podridão.
Podridão que só pode ser varrida com a luz do “VOTO”.
*** F I M ***.