Tenho tido pensamentos ultimamente que têm me deixado intrigado. São detalhes que antes não se faziam notar, mas têm me tirado o sono nestes dias.
Lembrei-me dos dias em que visitava minha avozinha, que morava distante, e raramente a via. Lembrei dos domingos de manhã, quando apontávamos o carro na calçada e ela nos brindava com um sorriso lá do alto de sua área.
E tenho pensado nos almoços que ela nos fazia. Arroz sempre novo, feijão macetado, bife acebolado com colorau, que ela sempre chamou de urucum. E a salada mais gostosa que eu já comi na vida: alface e limão. Penso até que não como mais alface hoje pois nenhum tempero se equipara ao tempero da minha avozinha.
Mas por estranho que possa parecer, o que me fez pensar todas essas coisas, que derramaram algumas lágrimas de meus olhos frios, foi o cachorro que minha avozinha tinha.
Era um cão negro e imenso, mas que talvez me parecesse maior por eu mesmo ser tão pequeno na época. Seu nome era Pajé.
Quando apontávamos na calçada, junto com o sorriso da velhinha, vinham os sonoros latidos do Pajé, que silenciavam imediatamente quando minha avó gritava seu nome com uma vitalidade que ela não tinha.
E nas tardes depois do almoço, com os tios se revezado para trocar conosco meia dúzia de palavras, lá estava o Pajé estirado no chão de piso frio da varanda, com os olhos fechados de preguiça, mas escutando tudo o que se falava.
Não sei que fim levou o Pajé. Já deve ter morrido a estas alturas. Desde que minha velha avozinha deixou esse mundo que não passo nem perto de sua velha casa, mas ainda gosto de pensar que se um dia lá de novo eu apontar, os poderosos latidos do velho Pajé vão me receber. E quem sabe eu não tenha a sorte de ter uma velhinha com um sorriso no rosto me esperando na varanda?
Lembrei-me dos dias em que visitava minha avozinha, que morava distante, e raramente a via. Lembrei dos domingos de manhã, quando apontávamos o carro na calçada e ela nos brindava com um sorriso lá do alto de sua área.
E tenho pensado nos almoços que ela nos fazia. Arroz sempre novo, feijão macetado, bife acebolado com colorau, que ela sempre chamou de urucum. E a salada mais gostosa que eu já comi na vida: alface e limão. Penso até que não como mais alface hoje pois nenhum tempero se equipara ao tempero da minha avozinha.
Mas por estranho que possa parecer, o que me fez pensar todas essas coisas, que derramaram algumas lágrimas de meus olhos frios, foi o cachorro que minha avozinha tinha.
Era um cão negro e imenso, mas que talvez me parecesse maior por eu mesmo ser tão pequeno na época. Seu nome era Pajé.
Quando apontávamos na calçada, junto com o sorriso da velhinha, vinham os sonoros latidos do Pajé, que silenciavam imediatamente quando minha avó gritava seu nome com uma vitalidade que ela não tinha.
E nas tardes depois do almoço, com os tios se revezado para trocar conosco meia dúzia de palavras, lá estava o Pajé estirado no chão de piso frio da varanda, com os olhos fechados de preguiça, mas escutando tudo o que se falava.
Não sei que fim levou o Pajé. Já deve ter morrido a estas alturas. Desde que minha velha avozinha deixou esse mundo que não passo nem perto de sua velha casa, mas ainda gosto de pensar que se um dia lá de novo eu apontar, os poderosos latidos do velho Pajé vão me receber. E quem sabe eu não tenha a sorte de ter uma velhinha com um sorriso no rosto me esperando na varanda?