Marcas do Tempo

"Passa 0 tempo, ficam as rugas, vem as histórias"

Um dia acordou. Levantou, foi ao banheiro fazer a barba.

Assustou-se ao notar que não existia um só fio de cabelo que não fosse branco em sua cabeça. Não percebera antes como o tempo havia andado.

Começou mesmo sem querer a notar os fortes e profundos vincos, as marcas do tempo em seu rosto.

Passou as mãos por suas faces e viu-as enrugadas e manchadas cheias de pêlos também brancos. Seus olhos mantinham o mesmo brilho sinal de que sua mente era ativa e esperta.

Procurou mudar o foco de seu pensamento, a visão do presente o fez buscar o passado. A idade nunca fora um peso para ele, agora o espelho deu a exata dimensão do tempo que restava e que talvez não permitisse traçar planos para um futuro distante.

Ali frente ao espelho diante de si mesmo começou a repensar suas atitudes, o que esquecer e o que priorizar.

Não pararia nunca de trabalhar, só mesmo uma tragédia física, de ler nem cogitava.

Sorriu, sim poderia escrever, contar suas histórias. Porque não?

Agradeceu a seu Anjo o sussurrar.

“Foi este o homem que sempre aparece quando um tempo que se sente acabar quer mais uma vez relembrar o que vale. Então vem um que levanta todo o peso e atira-o para dentro do peito, os outros antes dele tinham dor e prazer, mas ele sente já só a massa da vida e quer abranger tudo como se fosse uma coisa só. Deus fica longe e acima de sua vontade, então ele ama-O com o seu alto ódio por esta inacessibilidade”- Rainer Maria Rilke “Das stundenbuch” primeira -parte- Poemas-segunda edição” Das Waren Yagen Michelangelos”

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 21/06/2010
Reeditado em 27/06/2010
Código do texto: T2333433
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