CRÔNICA – Onde anda a honestidade brasileira!
Passado o segundo obstáculo que diziam ser muito difícil (que o grupo do Brasil era o pior de todos), isso para os atuais comandantes do nosso futebol, uma reflexão assim muito singela me pôs a imaginar por onde anda a honestidade, a honradez e o orgulho do povo brasileiro, ante alguns dos acontecimentos na partida em que derrotamos a Costa do Marfim pelo placar de 3 x 1.
Há no vôlei um procedimento, digno de atletas profissionais de respeito, que oferece ao infrator a opção de acusar uma irregularidade por ele mesmo cometida no andamento de um jogo. Por exemplo, numa bela cortada, parecendo mais um chute, o nosso grande jogador Giba toca na rede justamente na hora do lance, todavia o árbitro não notara. Daí ele levanta a mão e avisa que praticou uma jogada faltosa e o ponto é revertido ao adversário. Já estou cansado de ver a ocorrência em várias equipes do mundo.
Certo que a equipe adversária jogou de maneira violenta, e os atletas brasileiros não estão acostumados a dar bordoada em ninguém. Aqui e ali uma jogada mais dura desse tal Felipe Melo, que vem sendo o mais indisciplinado de todos os tempos em nosso escrete. Aliás, em seu próprio clube também.
Ocorre que quem não sabe jogar de maneira tão dura quando o faz é logo pilhado pelo árbitro e expulso da partida. Caso de Kaká, que deu uma cotovelada no adversário, claramente vista por mim na televisão no dia de hoje, pois até então eu tinha achado que ele fora punido maldosamente pelo juiz francês. Agira como uma criança.
Quanto ao gol de Luiz Fabiano, o segundo, que me perdoem os brasileiros, a regra diz que só há gol quando a jogada é lícita, transcorre normalmente, pois não o sendo compete ao árbitro paralisar a jogada imediatamente. Não o fazendo, confirmando o tento, claro que compete ao atleta faltoso a nobreza de caráter de avisar que a bola fora acionada com o braço, portanto, de maneira irregular. Ainda mais que as câmeras nos mostraram que o jogador fora consultado pelo apitador, confirmando que a bola batera no seu peito.
O problema é que a mídia, notadamente a poderosa, começa a ponderar, a dizer que fora uma providência divina; que o Maradona também o fizera e por que os nossos atletas não podem agir do mesmo modo; falam até que a França se classificou depois de uma jogada de mão, na repescagem, contra a Irlanda. Então se alguém rouba nos é dado o direito de também fazê-lo!
O pior de tudo é que nós vamos entrando nessa tapeação, nessa enrolada, nesse faz de conta e terminamos por acreditar neles que fazem a opinião pública, e que deveriam dar exemplo de seriedade, de disciplina, de honestidade ao povo nacional e aos nossos atletas. Não me venham com esse negócio de que jogo é jogo e que está em disputa um título de campeão mundial! Pra mim não cola de maneira alguma. Perigo algum haveria de o Brasil perder a partida, de maneira alguma.
A meu pensar, não sei se estou querendo ser mais realista do que o rei, a FIFA deveria punir o nosso atacante, não por ter feito o gol com a utilização do braço, mas por haver mentido diante do árbitro do encontro, que não tendo visto o lance fora ludibriado. Aliás, nenhum dos escalados para a arbitragem, inclusive o juiz reserva, viu coisa alguma. O árbitro estava bem próximo ao lance, mas a rapidez fora tamanha que não deu pra enxergar a infração, a violação das regras do futebol. E ainda andam dizendo que foi o gol mais bonito da Copa! Qual? Não houve gol minha gente!
Outro fato que já está se tornando praxe é o péssimo comportamento do senhor Dunga, até mesmo nas entrevistas, maltratando repórteres, comentaristas e o diabo a quatro, inclusive pronunciando palavrões, o que não se coaduna com gente de boa educação... Mas será que a tem? Fica aqui a pergunta.
A FIFA tem toda a gravação dessas atitudes anti-esportivas e poderá até mesmo punir esse treinador de meia tigela, que por arte dos diabos está á frente do nosso selecionado, em detrimento de pessoas mais capazes de exercer a profissão.
Entendo que não se deveria misturar as coisas, querer ganhar de qualquer maneira, assim como se estivéssemos jogando a nossa própria vida. Pelo amor de Deus, minha gente, vamos ter mais vergonha na cara e tentar dar um pouquinho de bom exemplo, já que em matéria de jeitinho, de roubalheira e de safadeza nós já estamos em primeiro lugar.
Era o que tinha a dizer.
Em revisão.