Crônica curta (5) – Agonia dando no mocotó

São quatro e pouco da manhã – os dados da postagem não me deixam mentir.

Tenho uns quinze minutos pra escrever esta crônica antes de ganhar a rua.

Um amigo (cachaceiro) já respondeu à crônica anterior; disse que havia sido escrita justo pra ele.

Porra, que alívio: tem, pelo menos, outro doido igual a mim…

Outro (comerciante) disse que o texto era confuso, sem começo, meio e fim – adoro esse cara, que me puxa à razão.

A cidade ainda boceja, ainda remói sua imensa energia contida.

Sinto-me mais disposto, embora saiba que escrever essa miudeza da minha vida particular não interesse a ninguém, e a mim também não me interessaria se o dado viesse de terceiros.

É preciso deixar o reme-reme à esquerda e voltar à convicção – que cada homem se vire com sua cruz.

Essa é a lei do mundo.

Corramos atrás de nossas presas: um bandido, um relógio de ponto, o café por coar.

O resto… O resto é pantinho de escritores que, à falta do que fazer, inventam de parolar em órbita de si mesmos.

Um bom dia a todos.

(Não acredito em quase nada do que escrevi acima)