Crônica curta (1)

Às vezes, pensando na fugacidade da vida, na mortalidade; pensando que tudo é curto, e que a morte apaga tudo, tenho vontade de me espichar na rede e esperar a ampulheta findar… Mas aí, horas idas, dou de me acabrunhar, e de inchar feito sapo e, em revés daquilo, dou de me revoltar: escrevamos, façamos música e amor; ergamos prédios de mil andares e, de pileque, exaltemos a vida! Ao menos quando, enfim, não houver mais a humanidade, Deus, ou alguma civilização adiantada, olhará de cima as sobras de tudo e dirá: “é, esses felasdaputa eram mesmo atrevidos…”