A manga... resolve tudo!!
Então foi assim: pela crônica “O Kartódromo e o Titanic” eu ganhei um possante inimigo. Um dos maravilhosos filhos dele que me contou isso: “Ele está fulo com a senhora...!”
– Por que? Pergunto eu, ingênua como sou.
– A senhora o chamou de velho e de gordo! Venha aqui e vai ver só!!
(Chiiii..!).
Então, corajosa como também sou...fiz as encomendas ao possante supermercado, do meu possante inimigo...por telefone! Nunca se sabe.
Numa segunda feira, ao ouvir Ana M. Braga, fiquei com água na boca. A receita era um delicioso e convidativo prato de bracholas (ou brajolas?). Coxão mole, bifes grandes, esticadinhos, recheio com bacon e legumes. (Bacon não vou usar não, que...engorda).
Vejamos o que tenho. Quase tudo. Só faltas os bifes e o recheio. É pra já!
Na casa de carnes do amigo Flávio Luiz:
– Ô João, preciso de coxão mole assim assim e assim...
– É pra já!
– Como estivesse por perto, no amigo Edson adquiro cenouras, alho poró, pimentão de todas as cores, salsa, cebolinha... e, na volta, corajosa, passo bem longe do supermercado, onde um possante inimigo está...à espreita. Nunca se sabe.
Já em pleno alvoroço preparatório, corto tomates em rodelas. Ah! sim, tomates “rasteiros”, enviados anteriormente pelo sacolão Okino. E dou graças a Deus que todos lá, a Márcia, a Vera, O Luiz, o sr. José e demais...sejam todos magros!
Aí toca o sino que tenho no portão da minha cabana. É o amigo Gustavo Chagas, a trazer-me um novo livro emprestado.
Vamos entrando, que estou a preparar meu almoço e assim vou devolver-lhe o livro “Os elefantes nunca esquecem”, da Agatha Christie.
(Nada a ver com meu possante inimigo).
Conversa vai, conversa vem, conversa vai... “Gustavo, não é que esqueci dos palitos para fechar as bracholas (ou brajolas?)?”
– Vou busca-los, já!
Jovem bom e prestativo taí. E dito e feito, foi.
Previdente, como sou, só então percebo que molho de tomates que se preste, precisa de três horas no fogo. Ou se o auxilia com pomarola. Preciso de pomarola! E ligo ao cujo supermercado. Quem...quem você acha que atendeu?!
– É o Ângelo!!
(Chiiiii!) pensei e, com apenas um metro e meio de altura, veio-me a salvação:” a melhor defesa é o ataque”:
– Você sabe que é um promessão?! Prometeu-me levar a uma de suas fazendas, na época da jabuticaba...
– ÉE?
(Esquecimento, às vezes é problema de idade).
– É. E não só! você também me prometeu mangas da fazenda...
– Mangas? Eu trouxe. Vocês as quer?
– QUEEEERO!
Estava em andamento um processo complicado e longo de pacificação, mais ou menos como entre aqueles briguentos países do oriente Médio. E acrescento: “Olhe, está aí o amigo Gustavo, que foi comprar palitos. Mande por ele a pomarola e...não se esqueça das mangas!
E veio tudo: pomarola, palitos e mangas. Esqueci as bracholas (ou brajolas?) e atirei-me às deliciosas frutas, cheirando a seiva...com sabor de fazenda e odor de terra molhada...sem agrotóxicos...a pura energia da natureza! estou repleta e completa!
A manga, você sabe, tem um nome estranho – “anacardiácea” e, cada cem gramas de polpa – você pode também comer a casaca, quando bem amarelinha – traz 220mg de vitamina A, 51mg de vitamina B1, 56mg de B2, 43mg de Vitamina;, 43mg de niacina, 64,3 calorias, 0,4mg de glicídios, 6,3mg de lipídeos, 21mg de cálcio (bom para os ostioporóticos!), 17 mg de fósforo (bom para ..memória!) e 0,78mg de ferro (bom para retemperar os que têm cara-de-pau). Como se pode, cientificamente, concluir, a manga só não cura é dor de cotovelo.
Última informação: a manga é originária da Ásia.