Primeiro vôo do Columbia - Recordar é viver
 
     Recordar é viver. Este acontecimento em especial foi sobremaneira marcante em minha vida.

     Este texto foi escrito em 1981, em 14 de abril, dia em que o primeiro voo, do primeiro ônibus espacial, conhecido por Columbia, terminava.

     Como eu invejava positivamente aqueles astronautas.

     Este texto reflete um pouco do como foi importante para mim este voo. Transcrevo o texto integralmente, sem nenhum ajuste ou correção. Este texto fazia parte de uma série de textos que compus para um livro... “Sentimentos em evolução”, escritos nos idos do final dos anos 1970 e início dos anos 1980, que nunca ousei publicar.

Hoje
O ônibus espacial 
Em sua viagem inaugural
Que subira de Cabo Canaveral
Pousou suavemente
De um jeito todo imponente
Mostrando para toda a humanidade
Que já é uma realidade
Para o espaço viajar
E para a Terra retornar

Domingo quando subiu
Da terra ele partiu
Cheio de charme e beleza
Mostrando toda sua “leveza”
E provando para quem quisesse ver
Que a ciência e o saber
Aliados ao querer
Muito pelo Homem
Elas podem fazer

Para quem ainda duvidava
Que isso ela iria conseguir
O Columbia a provar começava
No domingo
Quando a contagem terminava 
E o instante “fatal”
Cada vez mais se aproximava

Que ela estava ali para provar
Que se algo o Homem um dia conceber
Se realmente ele o quiser fazer
Outro Homem será capaz de executar

A contagem cada vez mais chegava ao seu fim
E um suspense a todos invadiu
Até que enfim
Ela magnificentemente partiu
Quando a contagem a zero chegou
Seus foguetes foram rapidamente acionados
Um enorme barulho, toda redondeza escutou
A fumaça, por alguns instantes, o Columbia escondeu
E a nave majestosa e brilhantemente zarpou

Ali estava a começar
Uma jornada que por alguns “perigos”
Teria que passar

Mas passa-los era uma necessidade
Para provar à Humanidade
Que se o Homem aliar
Razão, ciência e saber
Com um forte desejo de querer
Muito pela nossa sociedade
Ele poderá ainda fazer

O Columbia subiu 
Mostrando todo o seu esplendor
O Columbia quando partiu
Mostrou aos seus técnicos, o da vitória, sabor

Durante este intervalo de tempo
Que no espaço ela permaneceu
Tudo tranquilamente transcorreu
A única coisa não prevista
Que ai aconteceu
É que os técnicos descobriram
Que algumas placas de sílica caíram

Então todos os cientistas da NASA
Suas atenções, para isto voltaram
E a fundo, isto estudaram
Até que a uma resolução chegaram:
Que foram muito poucas as placas
Que da nave descolaram

E que isto não seria capaz
De a todo o projeto estragar
Que a nave, linda como partiu
A terra iria retornar

O último dia chegou
E o instante de a atmosfera retornar
Cada vez mais próximo ficava
E o suspense, outra vez, de todos se apoderou
Ela teria que tentar
Mas será que para aguentar
Preparada ela estava?

Chegou o instante do reingresso
E ela começou a descer
Sua velocidade aumentava
E eu cada vez mais ficava 
Por ela a torcer

Como estava previsto
Contato com a terra ela perdeu
O tempo transcorria
E nenhum contato acontecia
Até que finalmente ocorreu

A voz de Jonh Young
Por todos foi ouvida
A barreira mais difícil
Pelo Columbia foi vencida
E a alegria a todos os técnicos
Mais uma vez envolvia

Mais uma vez o homem estava a provar
Que o que ele quiser fazer
Ele poderá executar
Bastando para isto
Ele tão somente utilizar
Uma capacidade tão sua
Que é o raciocinar
Livre de preconceitos
Ou de falso acreditar

E depois que o Columbia reentrou
era só uma questão de esperar
Que até a base aérea de Edwards
Ele pudesse distintamente chegar
Para que então em sua pista
Ele suavemente pudesse pousar
E como em um tapete de boas vindas
Ele pudesse desfilar

Escoltados por vários caças
Ele a planar prosseguia
Tranquilo em seu trajeto
Durante alguns instantes ele ainda seguiria
Mostrando toda a sua nobreza
Enquanto o final de sua valente viagem transcorria

Perto de Edwards ele finalmente chegou
E para descer ele se preparou
Teria que pousar em sua primeira e única tentativa
Mesmo assim a sua aparência altiva
Ele a mostrar continuava
Porem ninguém imaginava
Que um pouso tão primoroso
Digno e formoso
Para começar estava

Quando o trem de pouso
Eles fizeram descer
E o contato com o solo
Começou a ocorrer
Foi um pouso tão suave
Que ele iniciou a fazer
Foi tudo tão perfeito
Difícil de com palavras descrever

 
Serenamente o solo
Ele começava a beijar
Foi um pouso tão puro e correto
Um “colírio” para se olhar
Parecia que ao solo
Ele não queria machucar
Mas logo ele parou
E a sua jornada ai encerrava
Mas a do homem ao espaço
Apenas se iniciava

O Columbia subiu
Para ao homem provar
Que o que ele desejar fazer
Ele poderá executar
Bastando que para isso
Ele queira pensar

E pensando ele vai descobrir
Que tantas coisas estão erradas
E que ele pode ao mundo fazer florir
Se passar a fazer as coisas mais pensadas

Que o Columbia seja para a Humanidade
Um marco de evolução
Que o Columbia não seja para a nossa sociedade
Um marco de destruição

Que os homens possam se unir
E melhor se compreender
Que o Columbia mostre aos homens
Que unidos podemos melhor viver

Meus parabéns a todos os técnicos
Que do Columbia participaram
Desde o seu projeto
Até aos que o pilotaram

Eu só espero que o Columbia
Seja utilizado para ao mundo ajudar
Que o Columbia como arma de guerra
Não possa nem do chão decolar.

Escrita em 14/abril/1981, como texto numero 135, dia do retorno do primeiro voo do SHUTTLE.
12-14/04/1981 Columbia – SHUTTLE USA - NASA

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 19/06/2010
Código do texto: T2329157
Classificação de conteúdo: seguro
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