Mais uma do Pai (sogro) e do filho (namorado)

Era domingo. Estava tudo quieto e manso, parecia que o mundo todo dormia naquele momento. Como de costume, ele acordou cedo (ainda não eram sete horas),fez suas flexões (no quarto mesmo) e foi pra cozinha. Havia tanto tempo que seguia sua rotina, que mudarera algo inadmissível: seria como se ele pintasse o cabelo de roxo e saísse pela rua gritando "toca Raul!!". Inadmissível.

Abriu a geladeira e sentiu a suave e fria sensação do ar gelado entrando na cozinha. Olhou e viu, ou melhor não viu, uma coisa muito estranha. Seu queijo minas, aquele que sempre comia de manhã, simplesmente não estava lá. Inadmissível, inadamissível.

Foi correndo ao quarto em que o Guigo estava dormindo (que evidentemente não era o mesmo em que o que a sua filha estava) e lhe acordou:

Sogro:"Ô Guri, cadê meu queijo?"

Namorado: "'Queijo?' É assim que acordam uns aos outros aqui?"

Sogro: "Aqui não nos acordamos, cada um cuida de sua própria preguiça. Quero o meu queijo da manhã, e quero saber onde você o colocou."

Namorado: "Não peguei queijo algum. Tenho rejeição à lactose, não posso nem com o cheiro. Se eu pegasse algo da geladeira, isso não seria o queijo."

Sogro: "Ah, então é um daqueles que não suportam o cheiro do queijo. É, mais uma vez vejo a boníssima escolha que minha filha fez: trata-se de um homem forte, uma verdadeira evidência da teoria evulucionista...Mas vamos lá, me diga onde o colocou..."

Namorado: "Não sei do que falas. Acho que não tinha mais e você não sabia. E agora quer colocar a culpa em mim..."

Sogro: "Não quero por a culpa em você, isso eu já fiz. Só o que quero é o meu queijo."

Namorado: "Você se refere àquele pedaço gosmento e amarelo que tinha um cheiro ruim? Ah, aquilo eu coloquei fora, achei que estivesse estragado."

Sogro: "E eu achei que tivesse julgado você bem, quando pensei que era um inútil Mas agora não acho mais, tenho certeza..."

Namorado: "Mas foi sem querer, posso comprar mais se você quiser..."

Sogro: "Não precisa se desculpar e nem ser castigado, desde que façamos um pacto..."

E o pacto, como se presume, foi feito.

(Continua)

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Gabriel Dietrich
Enviado por Gabriel Dietrich em 18/06/2010
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