A perda de Saramago
O falecimento do escritor José Saramago, ocorrido hoje, 18 de junho de 2010, na sua casa em Tias, Canárias, Espanha, deixa uma lacuna grande na literatura contemporânea mundial.
O escritor português, Nobel de Literatura em 1998 e detentor do de um Prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa, que aprecia a obra e não apenas um livro do autor deixa sem contestação o governo português, e mais especificamente, a Igreja Católica Romana, da qual discordava. Não admitia as idéias de Ratzinger.
Sua mais recente obra, “Caim”, 2009, mostra o afastamento do autor do antes todo poderoso Vaticano, quando ironiza a história bíblica do personagem.
Sua luta contra o poder discricionário é marca em toda sua obra, coerente e lúcida. Mas a luta contra a Igreja pode minar, com já o fez, a instituição, cada vez mais fraca no mundo contemporâneo. Acabar com o catolicismo ou qualquer outra religião é impossível, dada a espiritualidade do homem.
Naturalmente que Saramago conhecia o fato; não se conformava com os excessos. Complementando, o mundo perde igualmente um ‘blogueiro’: “Outros cadernos de Saramago”.