A MORTE DE SARAMÁGICO

Um certo JOSÉ apresentou ao mundo uma cegueira branca e com ela desnudou o que há de mais torpe e sujo na espécie humana. E o fez de uma forma brilhante com seus parágrafos intermináveis e suas verdades inomináveis.

Este homem SARA as feridas expostas, pois quando já nos sentíamos derrotados mostra-nos a esperança, a boa nova, a lucidez que surge da cabeça dos dementes, num ensaio de uma realidade absurda.

Quando resolve penetrar no íntimo de Fernando Pessoa, descobre os múltiplos homens contidos nele e, simples! para ele que é MAGO, faz o criador morrer dando vida a sua criatura mais famosa.

Sem fé ou crença alguma abdica dos Evangelhos, Do Novo e do Velho Testamentos, do Corão e do Torá, para ele mesmo, herege, eleger o Evangelho segundo o próprio Jeus Cristo, como sua Bíblia.

Comunista, comunica sua indignação perante as elites, rejeita a história de seu país e reescreve o capítulo do Cerco de Lisboa.

De tantas mágicas já não viveremos mais, agora só nos resta ler e reler sua Obra, suas fantasias, suas loucuras, suas verdades, sua genialidade!

Gênio, mago, Prêmio Nobel, "A maior flor do mundo", o "Homem duplicado"...

Polêmico afirma, citando Séneca: "Onerat discentem turva, non instruit" (Quanto mais lês, menos aprendes)

E eu digo: quanto mais te leio, mais aprendo a te admirar!