O PANORAMA VISTO DA PONTE
 


Observando o panorama visto da ponte, - que não é a do rio Kwai, mas a do rio Potengi, que banha a minha cidade, - fui tomada pelo espírito de Montesquieu, quando escreveu “Cartas Persas” e desejei também partir para um estudo filosófico-social das potencialidades do homem em contraposição com as instituições criadas e impostas por alguns , onde eu pudesse exaltar os valores individuais que gritam por liberdade, mas que se encontram sob a opressão do sistema. Mas qual o quê, cadê fôlego? Fico cá com as minhas idéias anarquistas, não como doutrina ou religião,  com coerção e não com a ausência de ordem , sonhando com organizações libertarias, com solidariedade entre os homens, sem gurus políticos ou religiosos.
 
Mas também, sei lá o que sei sobre as minhas convicções, sobre as minhas certezas...? Não teria razão o Paul Valéry quando afirmou que todo homem tem em si um ditador e um anarquista?


...E caio eu, mais uma vez, no tal de só sei que nada sei. 


Em se falando de anarquista, ainda bem que o Marques de Maricá não está mais vivo, para não ter de ouvir dele uma frase como esta: “O anarquista maldiz de todos os governos de que não partilha as vantagens”.

E há de se perguntar:  são só os anarquistas que reclamam?

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 18/06/2010
Reeditado em 18/06/2010
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