Poetas e prosadores
São ambos os encarregados de manter a literatura viva. Poetas e prosadores, salve!
Interessante quando lemos um ou outro. O poeta é sim um sonhador. Veja a sua produção. Quase a totalidade é sonho, devaneio, tristezas e exaltações. Amores que se formam, amores que já não mais existem. Saudade. Exortação.
Dizem que o poeta nasce, não se faz. Acredito. Tem o dom de ver a pequena planta que nasce no muro velho e deste fato, aparentemente tão comum, transformar num poema celestial. Puro sonho, mas a Vida autoriza.
Acaso você já olhou a mirrada flor que aparece entre tijolos? Procure. Vai ter uma surpresa. É como se fosse um milagre, não se sabe quem plantou, não foi regada senão pela chuva. O poeta vê e contempla. Depois, passa para o papel.
Muitas vezes parte para tarefas que são quase impossíveis de serem feitas. “Cesse tudo o que a musa antiga canta
“Que outro valor mais alto se alevanta.” - Camões, “Os Lusíadas”
Pois bem. E os prosadores? Costumam sonhar menos, mas nem sempre. São comuns os romances e contos que partiram de fato ocorridos, onde a fantasia entra como elemento catalisador. Seria cansativo enumerar obras e nomes, que escrevem em português. Aliás, tarefa quase impossível.
Os cronistas estão sempre fantasiando a verdade. Já ouvi dizer que são os repórteres de fraque e cartola. A elegância no escrever transforma a maldita e sanguinolenta briga no botequim, num desentendimento num bar não sofisticado.
Assim eu vejo os escritores. Estarei errado?
Creio que não.