MESMO ESCORREGANDO DAS TRANÇAS,  DESPENCANDO DO BALCÃO...
 



Não conheço a matemática do inglês Whitehead, mas conheço um pouco da sua filosofia , da  descrição do “estado de romance”, que o escritor João Wilson Melo aproveitou no seu livro “Principalmente o amor”, na crônica “Tempo de poesia, sempre”. É dito, que no estado de romance  que as coisas acontecem, tudo encanta, entusiasma e arrebata.


E arrebata mesmo... o apaixonado não mede esforço para ter a sua amada, é a tal história, se Rapunzel tem tranças não falta quem nelas  queira subir para alcançá-la; se Julieta está no balcão, não faltará uma árvore por perto para se chegar a ela. Mas sempre tem uma cotovia para atrapalhar e cantar na hora errada e lá se vai o encanto e a realidade se apresenta.


Contudo, para os sentimentais, os apaixonados, as lembranças, o desejo permanece e mesmo escorregando das tranças, despencando do balcão,  o seu modo de enxergar as coisas difere dos demais mortais, dos reconhecidos como “centrados”, e sentem-se livres para dizer numa outra linguagem, com sons e formas diferentes o que lhe vai na alma e o que lhe vai na alma é sempre o amor, o amor, o amor...

 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 16/06/2010
Reeditado em 16/06/2010
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