PORTO VAZIO , QUANTAS SAUDADES ESTE ME TRAZ
Sabe meu velho, hoje eu recordei de você enquanto lia crônicas de Pedro Bial. Até recordei dos momentos que passamos juntos. Recordei tanto de você e de todas as coisas que de um modo ou de outro me mostravas, e eu como um menino bem traquino, esperto como os demais, tentava fazer igual a você pai sem sequer acrescentar um conto a mais em nossas despesas. Mesmo quando falavamos com nossos conterrâneos, e tantos outros companheiros, anotando com muito cuidado todas as coisas que embarcavam e dembarcavam ali diante de nós, de nossos olhos, a beira do cais, e assim eu ficava bem mais curioso como qualquer outro que estivesse naquele momento por mim jamais esquecido, vendo você trabalhando como que conferente daquelas cargas, naquelas embarcações.
Recordei bem de cada lingada que descia ou subia mediante uma ultima lingada. Eu ainda recordo de cada momento que este porto não era tão vazio como hoje se encontra, e tanto se apresenta diante de nós que boas saudades, nós, filhos, guardamos de alguns tempos atrás, que tempo bom meu pai, que tempo bom...
Quando bem pequenino olhava o senhor que tanto fez por este, e por esta, e hoje se encontram assim. Parece até que este vive tão solitário e triste, e a sua tristeza mexe com o sentimento da gente destes todos que aqui ainda se encontram como eu, que de um modo junto a outros recordamos de nossos ancestrais. É pai, não é brincadeira não. Fizeste tanto neste, nesta sem sequer ganhar um pouco mais, nesse que de tanto nos orgulhou no ontem, e hoje nem tanto se ver tão esperado.
Recordei das nossas lavadeiras, e tantas outras prostitutas como bem dizer de Dona Nazinha, que nem se vêem como elas tanto trabalhavam. Eu acho até que por este se encontrar assim, esse que tanto nos dera se vê esquecido por aqueles que dizem serem os maiorais, mas nada por este faz, pai. E quando desta forma por um motivo ou outro deste, ou desta comentamos nos chamam de anormais. Tanto é pai que ao recordar de você me orgulho diante deste Porto Vazio que quantas saudades este de um modo ou de outro me traz daqueles amigos que eu nem já não os encontro. Mas ao vê-lo assim nos dá força para continuar a lutar em prol da sobrevivência deste que muito, amamos.
Sabe meu velho, hoje eu recordei de você enquanto lia crônicas de Pedro Bial. Até recordei dos momentos que passamos juntos. Recordei tanto de você e de todas as coisas que de um modo ou de outro me mostravas, e eu como um menino bem traquino, esperto como os demais, tentava fazer igual a você pai sem sequer acrescentar um conto a mais em nossas despesas. Mesmo quando falavamos com nossos conterrâneos, e tantos outros companheiros, anotando com muito cuidado todas as coisas que embarcavam e dembarcavam ali diante de nós, de nossos olhos, a beira do cais, e assim eu ficava bem mais curioso como qualquer outro que estivesse naquele momento por mim jamais esquecido, vendo você trabalhando como que conferente daquelas cargas, naquelas embarcações.
Recordei bem de cada lingada que descia ou subia mediante uma ultima lingada. Eu ainda recordo de cada momento que este porto não era tão vazio como hoje se encontra, e tanto se apresenta diante de nós que boas saudades, nós, filhos, guardamos de alguns tempos atrás, que tempo bom meu pai, que tempo bom...
Quando bem pequenino olhava o senhor que tanto fez por este, e por esta, e hoje se encontram assim. Parece até que este vive tão solitário e triste, e a sua tristeza mexe com o sentimento da gente destes todos que aqui ainda se encontram como eu, que de um modo junto a outros recordamos de nossos ancestrais. É pai, não é brincadeira não. Fizeste tanto neste, nesta sem sequer ganhar um pouco mais, nesse que de tanto nos orgulhou no ontem, e hoje nem tanto se ver tão esperado.
Recordei das nossas lavadeiras, e tantas outras prostitutas como bem dizer de Dona Nazinha, que nem se vêem como elas tanto trabalhavam. Eu acho até que por este se encontrar assim, esse que tanto nos dera se vê esquecido por aqueles que dizem serem os maiorais, mas nada por este faz, pai. E quando desta forma por um motivo ou outro deste, ou desta comentamos nos chamam de anormais. Tanto é pai que ao recordar de você me orgulho diante deste Porto Vazio que quantas saudades este de um modo ou de outro me traz daqueles amigos que eu nem já não os encontro. Mas ao vê-lo assim nos dá força para continuar a lutar em prol da sobrevivência deste que muito, amamos.