"SALVE, SALVE, COPA BRASIL" Crônica de: Flávio Cavalcante
SALVE, SALVE COPA BRASIL
Crônica de:
Flávio Cavalcante
Entre outras mil és tu Brasil onde vossa majestade a dona bola oficial representa uma fortuna tirada do nosso suor e lágrima por um simples balançar de rede.
Mas será que os filhos desta terra idolatrada têm tanto motivo pra sorrir? A realidade estampada na cara de um povo heróico e brado retumbante que mesmo sem fôlego ainda ergue a mão ao peito esquerdo em sinal de respeito a uma madrasta imbecil que eles insistem em chamar de mãe gentil para cantarolar um monte de mentiras compostas de um vernáculo rebuscado e digno de uma burguesia que representa uma minoria de nosso povo, escondendo embaixo de um tapete toda uma sujeira, fugindo assim de uma realidade onde o nosso real povo que vive mais esperar a hora da morte do que ficar deitado em berço esplêndido como está escrito nas pautas do belo hino.
Assim é a realidade de nossas crianças, que vivem em semáforos vendendo suas guloseimas ou pedindo pelo amor de Deus um trocado para saciar a sua necessidade básica que é o seu sustento. Assim é a realidade de nossos velhos aposentados que vivem em filas homéricas dentro de bancos para receber uma mísera migalha que o governo dá empinando o nariz como se tivesse sendo forçado á contribuir com a esmola tirada de seu bolso, onde é apagado de sua memória que estes filhos frágeis da pátria, já foram homens de guerra e defesa desta terra que hoje têm-nos como uma pedra no sapato.
Aumento da esmola negado ao aposentado é naturalidade em todos os que ocupam o lugar do trono do azul anil e o verde louro da flâmula, mas abre as portas dos cofres da nação para investir num evento denota claramente o disparate com relação ao desdém a um povo que já deu o seu sangue pelo país e hoje não dispõe sequer de força para gritar um gol ao entrar na rede da fortuna.
Assim como é a disputa numa vaga para usurpar os cofres mantidos pelos nossos bolsos. Pela mania que o Brasileiro já tem de berço de querer se dar bem em tudo e sem o menor esforço. Se a vaca leiteira desse pouco leite assim como quase não chove na horta do filho deste solo, será que haveria tanta concorrência para ser um representante parlamentar?
Ou a flâmula verdejante iria implorar de joelhos para alguém representá-la para se ter uma paz de glória no futuro, apagando um passado banhado de dejetos e pouca vergonha?
Assim poderíamos dizer que para os filhos deste solo és realmente uma mãe gentil e temos orgulho de dizer que somos vencedores na copa mundial, vestindo a camisa de nossa pátria amada. BRASIL.
-FIM-