Agi com a emoção e esqueci a razão
Agi com a emoção e esqueci a razão
Tenho uma fixação e preocupação excessiva em defender as árvores da minha cidade. Na gestão do prefeito anterior eu só faltava morrer ao presenciar a mutilação das árvores, onde chamavam de poda. Pois é, eu não me cansava de apelar para as pessoas que viviam próximas aos gestores e que poderia intervir. Não consegui nenhum êxito. Quando as árvores cresciam um pouco, já iam lá e destruíam.
Com a nova administração que discursava aos quatros cantos, que a gestão seria feita com todos, inclusive usando esse slogan. Fiquei confiante. Vi a grande preocupação em plantar árvores e nas ditas cujas numa grade de madeira um número de telefone, onde alardeava, adote uma árvore nos ajude a cuidar delas. Fiquei eufórica e logo agendei o número.
E fui observando o comportamento das podas. Nada diferente. Liguei para o tal numero. Ninguém atendeu. À noite recebi uma ligação que dizia ser a pessoa responsável pelas árvores. Muito bem, quero lhe pedir meu senhor, que pelo amor de Deus deixe as árvores crescerem subirem, pois as pessoas estão morrendo de calor á falta de uma sombra. Ele falou pois não senhora. E eu acreditei.
Ontem passando junto ao parque me defrontei com uns senhores funcionários da prefeitura literalmente mutilando uma série de dezesseis árvores que com o que estavam lindas e grandes. Fiquei enfurecida, mas não me dirigi aos trabalhadores, liguei para o referido senhor e comecei assim: Senhor, estou estarrecida com o que acabo de ver, estão destruindo as árvores, disse o local, e continuei falando como é que pode isso é um absurdo e fui falando, falando eufórica. Nem sequer lhe dei o direito de falar, agi com emoção mesmo. Ele prometeu enviar um técnico na hora e que não ia mais acontecer. Resultado, hoje passei pelo mesmo local e a destruição está ainda maior. Enfim, corri o risco de ter um problema de saúde e não resolveu. Cheguei à conclusão de que não adianta agir pela emoção, pois a razão nos diz que pagamos impostos e não temos o direito de intervir nas barbaridades cometidas pelos gestores.