QUAL?

Qual o melhor jeito de olhar? Neste universo, qual a melhor forma? Física? Engajar meu corpo nesta corrida contra o tempo ou aceitar sem questionar, que não sou uma máquina de (re)produção, apenas, isto é normal, aceitar, o conformismo neste conceito é inaceitável, inimaginável, mesmo sabendo que não vou ter muito tempo para pensar nisto, muito jovem, ainda criança, aprendi que se a vida bate, é porque mereci, mesmo sabendo que eu era apenas uma criança, não sabia questionar, perguntar ao pai por que estava apanhando, qual a melhor forma? De dizer ficando calado?

Qual a melhor visão? Feche os olhos e pense, apenas. Não veja nada além dos seus pensamentos, onde eles estão te levando, onde eles poderão te levar?

Qual a melhor visão? Tem coisas que é melhor nem ver. Você sabe muito bem do que estou falando. Ou não. Não sabe? Pois fique sabendo, todos merecem.

Se isto é proposital, qual? Nunca saberei. Nunca, neste momento saberemos, saberei, ei! Cadê você? Só eu que falo, pergunto.

Só. Sem pontos, de referência. Sem interrogar, exclamar, reclamar, saio de cabeça erguida, o corpo doído, moído, de tanto apanhar, mas saio, erguido, sem ponto final, sem vírgulas, principalmente, para me interromper, sem referenciais, ais, sem preferências, neste caminho, o único que conheço, qual?

`As vezes, quase sempre, me confundo comigo mesmo, nestes últimos anos, todos, juntos, formam meu consciente pensamento que desejo explanar, a vida é brevidade, juntando todos os anos, tantos, para quem já viveu, parece que foi ontem, vida de breves lembranças, tudo tão rápido, `as vezes, quase sempre, é melhor dar meia volta e recomeçar, começar de novo, quebrar o ovo. O novo é interessante, faz-se necessário, até para quem pensa que é velho, relatividade. Nestas questões de idade, tenho dó de mim mesmo. Não tenho mais.

Neste pequeno espaço, a contenda é comigo mesmo. Até quando? Feche os olhos, esqueça tudo lá fora. Estou separado de mim, divorciado. Procuro-me em todas as estrelas do céu, estrelismo? Qual a melhor forma de me catalogar, mapear? Se nem eu me conheço. Aquele rapaz de dez anos atrás, se foi, levando consigo uma estória, que poderia ter tido outro final, se a visão fosse outra, qual?

Agora não é a hora certa, nem a errada. Não feche os olhos, não é hora de ler pensamentos, projetar todos os seus momentos, nesta vida tão breve, os jovens sempre se vão rapidamente, para onde? Qual a melhor visão? De quem não viu nada ou de quem já viu muito? Empatei. Qual? Na dúvida, os dois.

florencio mendonça
Enviado por florencio mendonça em 14/06/2010
Reeditado em 05/05/2015
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